7 - UMA CHAMA SEM FIM

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Não demoraram a partirem

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Não demoraram a partirem. A viagem era longa e quanto antes se movimentassem, melhor seria. As bandeiras com o sol dourado bordado em um tecido vermelho tremulavam juntamente das em que havia uma lua crescente em um fundo negro.

Diurnos e noturnos cavalgaram lado a lado, atraindo os olhares curiosos dos habitantes do Reino da Noite; os mais corajosos acenavam para soldados. A realidade estava mudando de forma tão rápida, que Ewaric temia que os residentes de ambas as nações não tivessem a chance de assimilar. Havia possibilidade de uma rebelião ocorrer, acaso estas alterações não fossem positivas ou não agradassem o povo.

Passaram pela fronteira, deixando o território noturno, os guardas desejaram-lhe boa sorte em um balançar de cabeça cordial. Os cavalos trotaram mais rápido; os animais diurnos eram de pelagem dourada, já os noturnos eram prateados, menos o da general, o dela era preto.

O príncipe olhou para o horizonte, tentando desvendar o que aquelas terras longínquas o reservavam. O vento ia de encontro ao seu rosto e Ewaric encheu os pulmões com esses novos ares que traziam promessas para o futuro.

Cavalgaram o máximo de tempo possível, almejando percorrer um grande trajeto, uma vez que ainda se encontravam bem dispostos. Já era tarde da noite quando adentraram uma floresta afastada. O príncipe sabia que os noturnos seriam capazes de prosseguirem durante a madrugada, mas seus homens já perdiam rendimento e precisavam dormir. Acelerou a montaria até alcançar a da general.

— O que acha de descansarmos?

— Concordo, avançamos bastante hoje — Midnight consentiu.

— Soldados, acamparemos aqui! — falou, em voz alta, direcionando-se às tropas.

Os soldados começaram a limpar a clareira e montar os abrigos. Midnight levou os noturnos para o lado oposto ao que os diurnos se assentavam. A atitude não surpreendia o príncipe, realmente não esperava que os exércitos compartilhassem o mesmo local de descanso.

Ewaric atentou-se à montagem de sua tenda. Odiava esse desconforto de dormir ao relento, reconhecia que fazia parte da jornada, mas não conseguia acostumar-se. Amarrou a última corda em uma estaca fincada no chão e estava pronto. Não era um de seus melhores trabalhos, mas serviria.

Os soldados já haviam feito uma fogueira e no momento estavam dormindo. O príncipe decidiu fazer o mesmo. Se enrolou nas cobertas e tentou ignorar o som dos insetos ao redor, fingindo que estava em sua cama e não no chão de uma floresta, até que finalmente adormeceu.

Mas quê...?

Abriu os olhos em meio à madrugada por culpa de um barulho alto de músicas e risadas. Como dificilmente dormiria de novamente, decidiu verificar.

O seu lado do acampamento estava tranquilo sem sequer um diurno perambulando além dele. A fogueira crepitava e espantava possíveis ameaças escondidas na mata. O som partia do lado dos noturnos. Por entre as árvores, pôde perceber que comemoravam algo, alguns dançavam ao som de batuques improvisados dos companheiros.

2. Despertar da Meia-Noite [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora