❝ Remember? ❞ + [Mark Tuan]

Three

Naquele momento um silêncio se tornou presente,sua feição expressou claramente indagação,sendo possível até perceber que a mesma engoliu seco após minhas palavras.

- Mas,Mark..- pronunciou de forma calma.

- Tudo bem se você quiser ir,não irei te forçar a me dar esperanças de que algo mude. - após terminar a fala,direcionei meu olhar para o lado oposto do quarto.

- Eu quero te ajudar,mas,é estranho.. - sua voz ecoou.

- Dias atrás estávamos brigados,depois você aparece assim..e eu..culpada,eu sou a causa disso.. - suspirou fundo,prestes a continuar suas lástimas.

- Me conte oque houve. - declarei,direto.

- O quê? - indagou,mais uma vez.

- Diga tudo,tudo oque ocorreu para que houvesse culpa por sua parte na minha atual situação. - já estava de certa forma cansado.

Respiração pesada,tudo oque pude ouvir. Era como se em sua mente fosse transmitido um filme de horror,onde tudo que passava a fazia querer gritar,portanto,ao invés de medo,era um peso que estava preso em si mesma,o mesmo peso que estava carregado em seu olhar ao encará-la.

- Não vai dizer? - fixei meu olhar em sua face,franzindo a testa.

- Eu iria viajar. - pronunciou como um sussurro.

- Uh?

- Viajar,eu..iria viajar para Tokyo. Era nosso aniversário de namoro,estávamos felizes,eu não havia contado isso pra você,sendo a viagem para o dia seguinte,então,disse naquele dia o fazendo deixar bravo por não ter anunciado antes. - pressionou suas duas mãos,uma na outra.

- Foi..isso? - semicerrei os olhos,fazendo-a assentir.

- Simplesmente foi isso que me fez tomar antidepressivos e perder a memória? - não tinha nexo para mim,era algo incompleto,pois eu bem me conheço e sei que um fato como este não me faria chegar a certo ponto.

- Nessa viajem eu iria acompanhada de um amigo de infância,você ficou com ciúmes e disse que isso não era certo e que eu havia o feito de palhaço. - sorriu forçado.

Algumas imagens borradas surgiram em minha mente,como lembrança,tudo se passando como a garota dizia. Mas,por que estava desfocado tudo que ocorria?

Um celular,oque apenas focou ali foi o celular jogado na cama logo exibindo a face angustiada de Hyun-Jae.

- Isso não parece correto. - sussurrei.

- Você esta mentindo pra mim? - a encarei novamente.

- Não! De jeito algum eu mentiria para você! - exclamou diretamente.

- Hyun-Jae...eu quero acreditar em você. - suspirei.

- O que posso fazer para que confie em mim?- me encarou.

- Vamos voltar a estaca zero,tudo de novo,como se nada tivesse ocorrido.

- Você,está falando sério? - seus olhos brilharam.

- Sim,eu estou. Se há uma maneira de confiar em você,é retomando tudo novamente,não acha? - por mais que aquilo ainda parecesse incerto para mim,era preciso,era uma forma de saber oque havia ocorrido entre nós.

- Ah...isso é estranho. - estava incrédula.

- Ei,vamos lá. Faça de conta que 'também perdeu a memória',assim estaremos quites. - sorri de canto.

- Mark e seu jeito idiota de ser. - sorriu se aproximando de mim.

- Não se sinta mais culpada,uh? Afinal,foi algo tolo. - isso soou tão estranho para mim,acredito que era algo muito sem pé nem cabeça,o Mark que foi apagado,este sendo apaixonado por Jae,certamente não seria capaz de fazer tal ato capaz de o deixar nesse estado atual,era ridículo.

- Ah,o que disse? Nada aconteceu não é mesmo? - foi sarcástica.

Sorrimos e minha mão foi de encontro á sua,fazendo com que suas bochechas se tornassem rubras,oque não podia se negar que era algo realmente fofo.

- Não me decepcione. - pronunciei,olhando fixamente em seus olhos.

- Não irei.

Logo se foi possível ouvir a porta ser aberta,era a mesma enfermeira simpática de antes.

- Perdão mas..o horário de visita se esgotou.- expôs uma feição 'entristecida'.

- Então,vou indo. - sorriu Jae,após ouvir as palavras da mulher.

- Se recupere logo,Mark. - pronunciou,curvando-se e distribuindo um selar em minha bochecha,portanto fui capaz de a puxar para mais perto,realizando agora um selar entre nossos lábios. Fazendo com que mais flashbacks surgissem em minha mente,como se fosse memória do quão doce eram os lábios macios da garota,aquela sensação não me era tão recente assim.

- Fique bem,nos vemos amanhã. - encerrei o ato,a vendo se afastar incrédula,portanto satisfeita.

Sendo assim,assentiu e partiu por sair do quarto,agora vendo que a enfermeira entrava.

- Eu não queria atrapalhar os pombinhos. - sorriu indo de encontro onde estava a bandeja que agora estava vazia.

- Não atrapalhou,não se preocupe. - pronunciei.

- Ela é muito bonita,é um rapaz de sorte.

- Sabe..eu também acho. - propus um ar convencido,afinal,ela realmente era linda.

- Pode ter certeza que ela te ajudará muito diante disso tudo,amor é o melhor remédio.- fez uma feição sarcasticamente apaixonada.

- Uh,melancólico.- sorri.

- Concordo. - ajeitava algumas coisas na mesa de canto.

- Você quer ir lá fora? Sua mãe está lá e aposto que é melhor do que ficar nessa cama. - me encarou.

- Não deixa de ser uma boa ideia. - disse.

Então,ela veio até mim e com extremo cuidado fez-me se apoiar em seus ombros para se levantar,movimentos bruscos no momento não eram pra mim,minhas costas doíam.

- Eu posso te trazer uma cadeira de rodas se achar melhor,não irá se esforçar.

- Não há problema,estou bem assim.

Da mesma maneira,seguimos até o corredor extenso do local que levaria provavelmente á cantina. Chegando lá,vi que minha mãe conversava com Jae que estava prestes a ir embora e me lançou um aceno de longe ao me ver.

A enfermeira me deixou sentado em uma das várias mesas que havia ali,indo até o corredor novamente após isso,fazendo com que agora estivesse sozinho.

Logo pude notar uma garota de cabelos extremamente negros que acabara por cair ao lado de onde estava,me assustei com aquilo e perguntei se havia se machucado.

- Ah,não,não..está tudo bem! - pude ver sua pele corada,sua face poderia ser considerada de um verdadeiro anjo pelos detalhes delicados da mesma.

- Você é paciente novo aqui,não é? - dizia ao retomar sua postura.

- Boa observadora.- sorri.

- Yah,prazer..MinJi Lee,também conhecida como a paciente observadora do hospital.