Nine

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Após alguns minutos de estrada logo se foi chegado ao destino. Descemos do veículo e logo vi a residência que no entanto aparentava ser humilde,simples,portanto bonita. Em alguns passos,estes poucos,chegamos até a porta de entrada e minha mãe distribuiu três batidas na porta,já que não havia campainha,afinal,se deve ser chato ter que ouvir a campainha sendo tocada a todo instante por pirralhos,que no entanto para eles parece ser divertido.

A porta foi aberta.

- Ah,Olá! Entrem,por favor,fiquem a vontade,uh? - disse a mulher de estatura mediana ao qual tinha cabelos castanhos e olhos semelhantes ao de minha mãe,ao fundo podia se ouvir risada de criança.

Logo entramos e joguei meu olhar em todos os cantos daquele ambiente. Era uma casa espaçosa por dentro ao meu ver,se via dois sofás estofados em couro sintético de tom preto,um extenso tapete entre os dois de cor marrom contendo então uma mesinha central ao meio que carregava alguns livros. Havia um lustre no teto,era bonito,e também haviam alguns quadros nas paredes muito bem detalhados em suas molduras,uma grande televisão e mais detalhes que se fosse relatar seria muito,resumindo-se então que se era um imóvel elegante.

E uma criança,uma menina sorridente que tinha olhos puxados e com íris de tom esverdeado,junto a fios castanhos quase loiros,aparentava ter uns 5 anos ao meu ver e estava ali,numa cadeira de rodas.

- Oi,como é o seu nome? - sorri e me aproximei,a olhando nos olhos.

- É...Yang Mi. - pude perceber sua timidez,que por um acaso era acompanhada por otimismo.

- Então meu amor,eu tenho que... - era uma voz masculina que se destinava ao ambiente em que estávamos,mas logo foi pausada ao se ver que o indivíduo me viu,que provavelmente era o pai de Yang.

- Ah,você...você é Mark não é? - questionou junto a um riso,o homem tinha traços da garotinha,portanto não havia olhos puxados oque me fez deduzir que era estrangeiro,portanto seu coreano era bom.

- Sim,sou eu. - ri de canto.

- Que ótimo,não sabia que viriam hoje. - pronunciou ajeitando sua camisa social.

- Fomos surpreendidos com a alta desse mocinho. - disse Ae Rin,sorrindo.

- Deve ser um alívio sair do hospital,não é? Ah,me desculpem mas eu tenho que sair,estou atrasado. - logo se apressou e pegou suas coisas,partindo por caminhar até a porta.

- Até mais tarde. - acenou Ae Rin antes que saísse.

- Ele é sempre muito ocupado? - indaguei.

- Ah sim,ele é advogado,ou seja,muito trabalho sempre. - sorriu ao me responder.

- Mãe? - a olhei,afinal,estava muito calada o tempo todo.

- O-oi?

- Aish,por que você está assim? - me aproximei dela para falar baixo.

- Não é nada querido. - sorriu sem ânimo.

- Vai me dizer agora que tem que ir para algum lugar resolver um assunto importante? - comprimi os lábios.

Ela fez aquela cara típica de mãe e apenas ignorou minha fala,fazendo-me ficar quieto.

- Antes que eu esqueça,tome isso. - mexeu dentro de sua bolsa e pegou uma caixa retangular,era um celular,claro,afinal quem nos dias de hoje não teria celular?

- Eu não tinha um antes? - peguei a caixa e tirei o telemóvel dali de dentro.

- Eu não consegui achar,procurei por todos os cantos,então,resolvi comprar outro. - disse,simples.

- Isso deve ter sido caro.

- Ah,eu tenho que buscar roupas em casa,então eu já volto,uh? - declarou e eu assenti,logo a vendo partir.

- Mark,ei... - era a voz de Ae Rin.

- Uh? - a olhei.

- Sei que você não se lembra de mim,sou irmã da sua mãe como deve ter percebido e eu trabalho com isso,sabe? Em relação a tratamentos com perda de memória,e quando eu soube do seu caso eu pensei que poderia ser capaz de te ajudar. Você se incomodaria se eu tentasse? - se sentou ao meu lado,olhando fixamente em meu olhos.

- Por mim tudo bem. - sorri.

- Fico surpreso com isso,na verdade. Mas,você não acha que é perca de tempo tentar me ajudar? - indaguei,sem parecer querer ser incoveniente.

- Por que você acha isso?

- O doutor já disse que o meu caso é o esquecimento de eventos que me magoaram e por isso,pode ser que mesmo se as memórias forem relacionadas a pessoas importantes,momentos bons com ela também não lembrarei,é uma lacuna sem informação alguma, é inútil,e nem eu sei se quero insistir muito nisso. - declarei.

- Maioria das pessoas que passam por isso dizem isto,mas olha,se você não quiser,tudo bem,eu te entendo,você ainda é jovem,não acho que perdeu muita coisa com isso. - seu tom era simpático.

- Eu posso pensar sobre isso? Eu não sei ao certo. - talvez eu não precisasse daquilo.

- Certo,terá todo o tempo do mundo,caso precise da minha ajuda é só me falar. - sorriu.

- Aliás,eu espero que você se sinta bem aqui,não sei quanto tempo você e minha irmã ficarão aqui mas,espero que se sintam a vontade. - declarou partindo por se levantar.

- Ae Rin! - pronunciei ao ver que estava indo para a cozinha.

- Sim? - se virou para me encarar.

- Você sabe o por que da minha mãe querer fazer uma reforma em casa,tão de repente? - questionei.

- Reforma? - a vi ficar com feição de incerta.

❝ Remember? ❞ + [Mark Tuan]Onde histórias criam vida. Descubra agora