Twenty Eight

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— É aqui. – pronunciou-se Kunpimook,ao já estar com o carro estacionado.

— Só uma pergunta. – disse ele antes que eu e minha mãe saísse do veículo,então o encarei.

— Por que a preocupação com ela? – seguiu a formular sua questão.

— Nós...a conhecemos. – pensei um pouco,não estava ainda preparado pra contar a história toda,e não era hora,acredito.

— Depois eu te conto,uh? – declarei,saindo com minha mãe.

— Estarei esperando vocês. – pronunciou ele através do vidro abaixado do carro,na porta do passageiro,apenas assenti e segui o caminho que devia se dar.

— É,viemos ver Naeun...– dizia minha mãe para a recepcionista,eu estava num completo transe,ainda não acreditava em tudo que estava acontecendo após aquele dia ao qual quase morri.

— No momento ela está passando por uma cirurgia,é preciso que aguardem até que termine. – pronunciou a moça.

— Ah,tudo bem...– suspirou mamãe.

— Avisarei assim que houver terminado. – finalizou.

Então lá fomos nós para as cadeiras enfileiradas que se encontravam tais pessoas que estavam em espera de algo,agora eu era um daqueles. Eu estava ansioso,não sei,era um turbilhão de sentimentos.

— Eu sinto que meu coração vai sair pela boca. – digo e percebo o olhar de minha mãe sobre mim.

— Sei como se sente,isso vai ser importante pra você. – declara.

— Vai? – levo meu olhar até ela.

— Sim,vai. – sorriu fraco e apoiou sua mão em meu ombro.

Após muitos e muitos minutos de espera,um dos policiais que estavam presentes na ação anterior,vieram até nós dois.

— Bom,Kunpimook disse que estavam aqui,então me vi no dever de dizer que Naeun já passou pela cirurgia,ela está em um pequeno repouso,mas não impede que vocês possam ir até lá. – explicou.

— Tudo bem. – digo e olho para minha mãe que assente,nos levantamos e vamos acompanhando o policial que nos leva até o tal quarto onde se encontrava ela.

Eu estava sentindo calafrios,quase que travei e nao consegui mais caminhar,era algo muito estranho pra mim.

A porta já estava aberta,então apenas entrei,minha mãe estava logo atrás de mim. Eu apenas parei ao lado da cama e a fiquei olhando ali,ligada a alguns aparelhos,num pequeno repouso. Cabelos castanho escuros,pele clara e delicada,sua boca rosada e seus olhos fechados,que impediam  a visão de sua íris. Eu não sabia oque fazer ou falar,qualquer ação me faria se sentir idiota.

Então num instante qualquer ela tossiu e levou sua mão até ao lado de sua barriga,dando-me impressão de que estava dolorido,logo após isso ela abriu seus olhos vagarosamente exibindo seus olhos de cor castanho claro. Ela ficou me olhando,por alguns segundos,que pareciam minutos longos,minutos intermináveis,e então pude ver que de alguma forma ela sabia já quem eu era.

— É você mesmo? – ela indagou,seus olhos brilhavam e então ela desviou o olhar,havia visto agora minha mãe,minha outra mãe.

— É,sou...sou eu. – disse simples e sou olhar voltou pra mim.

— Como me acharam? – indagou mais uma vez,confusa.

— Estávamos perto quando KaingHo foi preso. Então como vimos que havia sido levada por uma ambulância,viemos até aqui para saber como está. – disse minha mãe.

— E pra eu te conhecer. – acabei dizendo.

— Meu Deus...ah...eu me sinto uma imbecil às vezes. – suspirou.

— Me desculpa,uh? De verdade. Eu sei que,meu Deus,olha o seu tamanho,mas...– falava,mas tive que a interromper.

— Não faça isso, não, por favor. Você sabe,é meio desnecessário pedir desculpas depois de tanto tempo. – pronunciei e a vi ficar mais uma vez surpresa.

— Ah,tudo bem,é...não vou dizer nada que não queira escutar. – foi clara.

— Você não tem nada para perguntar pra ela? – indagou mamãe sobre Naeun.

— Eu não sei,na verdade você já me contou tudo. – a olhei e a vi arquear os ombros.

— Mas,ah...não sei. No dia em que você me deixou com ela,KaingHo havia feito algo? E por que escolheu ela pra cuidar de mim? – não sabia se era realmente necessário perguntar aquilo,mas mesmo assim fiz.

— Certo. Naquele dia,quando eu te entreguei para ela,sua mãe,eu havia ficado muito chateada,por ter que aguentar as palavras de KaingHo,ter que aguentar o ver odiar você simplesmente por não ser filho dele,na verdade nem eu aguentava ver que ele havia dois filhos com uma mulher da noite,mas eu não odiava os pequenos,eram só crianças,não tinham culpa de nada,muito menos você,eu vivia ainda naquela casa por não achar outra,então foi pouco tempo,e nesse dia, KaingHo havia ido para algum lugar que nunca soube onde era,e voltou aparentemente bêbado,logo como consequência ele queria falar as mesmas coisas de sempre e ainda queria tirar você de mim,ele dizia que em um dia me pegaria de surpresa e levaria você para um orfanato qualquer e que um dia me mataria,eu não queria que você ficasse sem família,sem uma mãe,então naquela noite eu esperei ele dormir e quando isso aconteceu eu juntei suas coisinhas e as minhas e levei você até a casa de sua mãe. E eu a escolhi pelo simples fato de já ter a machucado por ter tido um filho com o amor da vida dela,foi um erro meu,mas eu queria de alguma forma fazer algo que a deixasse bem depois da morte de seu pai,tudo que ela quis e queria era ser mãe,e aquela era a oportunidade dela ser,e ela era uma boa pessoa,já havia mostrado ser quando perdoou seu pai e não demonstrou ódio por mim pelo oque aconteceu,senti que ela seria a pessoa certa pra você chamar de mãe,Mark. – explicou e pôs sua mão sobre a minha.

— Eu nem sei oque dizer. – ri fraco.

— Só quero agradecer por ter me deixado com uma mulher tão boa. – olhei para minha mãe,seus olhos continham lágrimas.

— Eu sou frágil demais pra esses momentos. – riu ela.

— Você transformou ele em um belo homem,me sinto feliz por ter feito uma escolha boa. – falou Naeun.

— Eu só sinto muito por tudo oque aconteceu com você,em relação a Jungguk,aquele menino não tem jeito,ficou igual ao pai. – bufou.

— Tudo bem,agora ele está tendo oque merece,não há com oque se preocupar. – pronunciei.

— Que ótimo. – sorriu.

— Então depois que tiver alta vai voltar para a sua casa? – perguntou minha mãe.

— É oque pretendo. – disse Naeun.

— Entendi sua proposta,senhorita. – olhei para minha mãe e ri.

— Estão me deixando curiosa. – Naeun dizia.

— O que acha de morar com a gente? – indaguei,vendo que minha mãe não diria tão cedo.

❝ Remember? ❞ + [Mark Tuan]Onde histórias criam vida. Descubra agora