And time goes by | Bill Skarsgård

6. Déjà Vu

Como de costume, estávamos esperando não sei mais quem para fazer sei lá o que, algo que me irritava muito, não nasci para esperar.

— Está ansiosa? — Amber olhou para a minha perna que balançava praticamente sozinha.

— Pareço estar? — respondi com outra pergunta focada na revista de moda.

— Suas respostas mudaram com o passar dos anos, não é mesmo?

Dei de ombros, sem paciência para revidar.

— Finalmente, pensamos que não viria mais.— Robert, o mesmo de antes, disse.

Olhei para ver o que estava acontecendo e quase caí da cadeira. O que diabos Alexander estava fazendo ali? Não demorou muito para que ele me encontrasse entre todos e olhasse na minha direção.

— Merda. — abaixei a cabeça, sentindo-me em um dejavú.

— Alexander, que bom que veio! — Amber se levantou indo até ele que já estava se dirigindo até nós.

— Um convite é sempre bem vindo, não poderia deixar de comparecer e saber mais sobre meu futuro filme.

Arregalei os olhos automaticamente ao ouvir aquilo.

Mas o quê?

— Lia, venha cumprimentar seu provável parceiro e par romântico.

Minha mãe havia me dado uma excelente educação e por isso iria até eles, porque sou uma pessoa educada, consciente e louca para matar qualquer um.

— Olá. — o cumprimentei estendendo a mão.

— Oi, é muito bom te ver de novo. — Alexander mostrou os dentes em um sorriso de tirar o fôlego. Sou humana e reparo nas pequenas belezas mesmo nas tais circunstâncias que me encontro.

Não disse mais nada, só continuei fingindo demência e voltei para o meu lugar, assim como ele foi para o dele e Amber voltou para o dela.

— Como é bom estar reunido com vocês novamente, principalmente por sempre termos um Skarsgard conosco. — Robert bateu no ombro dele.

Só Deus sabe o quanto quis rebater aquilo, mas não seria conveniente da minha parte.

— Então vamos ao que interessa, certo? Lia precisa saber sobre o enredo e ninguém melhor que Silas e Hernest para explicar. — Amber apontou para os dois responsáveis pela trama.

Segundo eles, Love War contaria a história de Frederick e Margaret, se passaria nos últimos anos da segunda guerra e relataria o amor proibido deles por serem bem distantes em termos de idade, sem deixar de enfatizar tudo o que ocorreu naquele período.

Confesso que tinha achado aquela ideia genial, porém o desconforto em saber que o tal Frederick seria Alexander continuava pairando sobre mim.

— Eu adorei essa ideia! — ele foi o primeiro em se pronunciar depois que finalizaram a explicação.

— Um romance épico e tocante, poderoso o suficiente para ser indicado ao Oscar. — Amber me olhou com a sobrancelha arqueada — O que achou?

Demorei alguns segundos para responder.

— Eu... Bem, podemos tentar.

Idiota! Mil vezes idiota!

Alexander pareceu ter gostado do meu veredicto, pois esboçou uma bela expressão demonstrando felicidade ao ouvir aquilo.

— Podemos então bater o contrato e preparar tudo. — Robert falou.

— Claro que sim. — Amber estava realmente aliviada, porém não sabia a razão.