BÔNUS

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AMÉLIA

Dois meses havia se passado e bem, aos poucos estou voltando a juntar todos os caquinhos que meu coração deixou ao longo do caminho.

Não foi fácil nos primeiros dias, mesmo com todo carinho e amor vindo da minha mãe e das minhas irmãs, mesmo estando em casa de novo, a lembrança continuava dentro de mim e com o passar do tempo ela acabará se tornando apenas uma saudade. Uma silenciosa saudade oprimida dentro de mim.

Não deixei de trabalhar por estar aqui, pelo contrário, recebi vários convites para novelas e filmes nacionais, porém ainda estou me organizando, procurando um lugar para ficar; casa de mãe é boa, mas já não é mais minha.

Amber falava comigo todos os dias pelo FaceTime ou por mensagem de texto, reclamava de quão chata era sua nova cliente e que jamais chegaria aos meus pés. Já pensei em pedir pra ela fazer uma chamada ao lado de Bill e Alex, mas era melhor me manter longe de tudo por enquanto.

Mesmo tentando esquecer, ainda mantinha a nossa foto bem guardada para que quando a saudade doesse eu supri-la de alguma forma.

— Amélia, querem falar com você. — minha irmã abriu a porta e me avisou.

— Comigo? — me levantei da minha cadeira — Mas quem quer falar comigo uma hora dessas? São quatro da tarde!

Ninguém vinha até minha casa para falar comigo uma hora daquelas.

— Só disse seu nome. Vem ver logo. — me apressou saindo na frente.

Bufei, odiava que me dissessem coisas pela metade.

Sai do meu quarto e segui minha irmã para seja lá onde a pessoa estaria.

— Ok, onde está? — olhei para os lados não vendo ninguém além dela.

— Eu estou aqui.

Minha irmã sorriu e veio até mim, me guiando na direção correta.

Meu. Deus.

— Deus... — engoli seco — Não posso acreditar que você esteja aqui.

— Não dava para viver em um mundo sem você, então rompi com a Ally e vim pra cá. — Bill abriu um sorriso — Podemos ser nós agora, finalmente.

Coloquei a mão sobre a boca e corri, pulando e o abraçando.

— Pensei que já tivesse me esquecido. Foram dois meses. — falei depois de ser posta no chão.

— Dois terríveis meses. Não aguentava mais esperar pelo momento certo, foi aí que percebi uma coisa... Não existe momento certo se a pessoa certa já existir.

— Que bom que está aqui! Eu nem posso acreditar! Não consigo acreditar que alguém fez isso por mim... — soltei o ar — Eu te amo tanto! Mas tanto! — grudei nossos lábios em um beijo demorado.

Ele complementou o beijo com algo a mais, pressionando nossos corpos um ao outro.

— Agora nem o tempo vai ser capaz de nos separar. — disse ao encostar sua cabeça testa na minha.

— Nem o tempo. — fechei os olhos e pude respirar aliviada após tantos anos achando que havia algo errado.

De fato havia, eu não estava completa como estou agora. 

FIM

And time goes by | Bill SkarsgårdOnde histórias criam vida. Descubra agora