5. A Terráquea

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  — Então era verdade? Eu pensei que você só estivesse noiado. - a garota não parava de andar.

  — O que faremos agora?

Sam saiu andando em direção a sua picape que estava estacionada na estrada ao lado.

— Aonde vamos? -  o prícncipe perguntou.

— Você não vai vir comigo. - a jovem expulsou-o.

— O que? Mas você disse que iria me ajudar. 

— Mas nada! Você realmente é um alien...eu to confusa! - ela gritava.

—  Sam, sem você eu não vou conseguir voltar ao meu planeta, minha família está em perigo! - Maxyndruz rebateu.

  — Eu tô 100% nem aí. - a garota entrou no carro.

Assim que deu marcha, olhou para Maxyndruz e viu seu rosto triste, era como um cachorrinho abandonado. A garota tentou ao máximo se manter fria mas acabou cedendo.

— Entra no carro.

— Isso! - o príncipe entrou no automóvel. 

— Qual o seu nome mesmo? 

— Maxyndr...

— Vou te chamar de Max. - ela cortou-o.

— Que tipo de veículo é esse? - o garoto indagou.

— É um carro... - Sam estranhou a pergunta. 

— No meu planeta temos naves e transportadores...mas não carros. - ele riu.

— Ah, ta. - a jovem ignorou-o.

— Para onde estamos indo? - o príncipe questionou.

— Minha casa, lá poderemos conversar melhor e achar uma solução para o seu problema. - Sam explicou.

                                                                                     -----.....*.....-----

Eles chegaram na casa de Samantha após alguns minutos dirigindo, os jovens saíram do carro e ficaram parados do lado de fora.

— Droga, meus pais estão em casa. - a jovem grunhiu.

— Ótimo, vamos conhecê-los. - ele saiu na frente.

— Não! - ela segurou seu braço. — Se eu aparecer com um garoto que se diz um alien e com essas roupas eles vão achar que eu sou maluca. 

  — Como assim "essas roupas"? - Max franziu as sobrancelhas.

— Parece que é um modelito feito especialmente para a Lady Gaga!

— Lady quem? Ah, no meu planet é uma vestimenta super normal. - ele cruzou os braços.

— Ta, mas seja discreto. - a jovem foi andando até a porta.

Assim que abriu a porta viu que o corredor estava vazio.

— Suba as escadas e entre na primeira porta a direita. - ela sussurrou.

— Certo... - Max se preparou para correr.

Antes que ele começasse a correr, os pais da jovem apareceram e Sam tacou seu casaco em seu rosto, disfarçando-o de  cabideiro.

  — Por que se atrasou para o jantar, Sam? - a mãe dela olhava-a brava.

— Eu estava na faculdade fazendo um trabalho. - ela mentiu.

— E por que não nos avisou? - o pai questionou.

— É...meu celular estava sem sinal. - a jovem blefou.

Os pais dela franziram as sobrancelhas e se olharam.

— Na próxima tente nos avisar. - a mãe disse e então os dois saíram.

— Ufa, essa foi por pouco. - Sam suspirou.

— Nosso cabideiro sempre ficou aqui? - o pai voltou ao corredor.

— Eu mudo ele de lugar, não se preocupe. - a jovem disfraçou.

— Hm...venha jantar logo. - ele saiu novamente.

— Ai, Deus...vá lá e tranque a porta. - Sam mandou.

— Certo.

Maxyndruz então foi subindo as escadas lentamente até chegar no quarto da garota, onde trancou a porta como foi pedido. Ele se virou e viu vários posteres de cantores grudados nas paredes.

  — Mas quem são esses? - ele se aproximou dos posteres. — Acho que a Sam não iria gostar de ter essas pessoas a observando.

E então, Max descolou todos eles e jogou na cesta de lixo do quarto da garota.

— Prontinho. - ele sorriu.

Continuou observando o quarto e encontrou globos de neve em cima de uma estante.

— Mas o que é isso? - o menino balançou o globo.

Ao ver os flocos de neve flutuando ali, seus olhos brilharam.

— Fascinante. - ele jogou-o no chão.

Do andar de baixo, Sam ouviu o barulho e se preocupou com o que estaria acontecendo.

Ao terminar de jantar, Sam lavou sua louça e subiu o mais rápido possível para seu quarto. Tentou abrir a porta e viu que estava trancada, então bateu algumas vezes nela.

— É a Sam, pode abrir Max. - a jovem sussurrou.

Assim que a porta abriu, a jovem ficou vermelha de raiva ao ver a bagunça que seu quarto estava.

— O que você fez? - ela grunhiu.

— Era tudo tão diferente, estava apenas olhando. - ele sorriu.

— Você tá maluco? Meus posteres, meus globos de neve, AAAAAAH! - ela gritou.

— Me desculpe. - o príncipe disse sinceramente.

— Não se desculpe, é minha culpa por ter deixado um louco sozinho no meu quarto. - a jovem trancou a porta.

— Louco não, apenas...excêntrico e curioso. - Max sorriu. 

  — Que seja. - a garota pegava as coisas do chão.

— Eu ajudo. - o garoto se ofereceu.

Enquanto os dois pegavam as coisas caídas, suas mãos acabaram se tocando. Sam tirou sua mão rapidamente e levantou.

— Não preciso da sua ajuda. - suas bochechas se avermelharam.

— Sinto muito, mas queria compensar já que você irá me ajudar. - ele sorriu novamente.

Sam apenas o ignoro, então se virou e começou a jogar os restos de seus globos de neve no lixo. Ela achava Max super estranho, parecia não achar suas atitudes erradas e estava sempre sorrindo. Seria até fofo se ela não se irritasse fácilmente. A jovem terminou de limpar o quarto e viu o horário.

— Já está tarde, vou dormir pois tenho faculdade logo cedo. - a garota explicou.

— E onde eu vou dormir? - ele perguntou.

A ruiva então se dirigiu até seu armário, onde pegou algumas cobertas e jogou-as no chão.

  — Só se ajeitar aí. - ela voltou para sua cama.

Assim que Max se arrumou, ela apagou a luz e deitou na sua cama.

— Boa noite, Sam. - o príncipe sorriu.

— Boa noite. - a jovem se virou. 

Max olhou para o teto e começou a pensar em seus amigos e familiares, como estariam em Khondhorxian agora? Ele fechou os olhos e cruzou as mãos.

  — Espero que estejam seguros. - sussurrou no silêncio do quarto. 


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