Novamente eu havia acordado pensando nele. Todas as vezes em que Augusto Prado aparece em meus sonhos, eu costumo chamá-los de pesadelos, por mais bons que tenham sido. Não há momento bom que supere o desconforto que é ter Augusto em minha cabeça, sem contar as reações físicas que ele causa. Não é a primeira vez em que acordo com o pênis completamente ereto e que tenho que passar por todos apressadamente no café da manhã com a toalha na frente do volume para não passar vergonha. Aliás, Augusto me fazia bater uma no chuveiro todos os dias em sua homenagem. Eu estava exatamente agora encostado no azulejo, pensando em sua boca pequena com lábios volumosos, seu olhar acinzentado que parece te convidar para a perdição, seu cabelo loiro platinado que andava sempre meticulosamente bagunçado num caos totalmente ordenado de fios que faria qualquer um cair de quatro ao passar por ele, seu corpo totalmente magro e esculpido com aquela bunda volumosa...
- Aaah... - Gemi baixinho e tapei minha boca com uma das mãos livres. Meu corpo estremeceu e eu caí de joelhos ainda tapando a boca e me masturbando até que a última gota de porra saísse de mim. Pronto. Estava livre do pau duro, no entanto agora chegava a pior parte, me livrar da depressão pós punheta. Eu me sentia completamente errado fazendo aquilo, um perfeito lixo. Pra mim era errado um homem se apaixonar pelo outro, quiçá pensar em outro homem para se masturbar. Era anormal, bizarro, nojento, mas mesmo assim era em Augusto que eu pensava toda vez que algo de teor sexual passava pela minha cabeça. - Droga, droga, droga... - Soquei minha cabeça diversas vezes me segurando para não cair em lágrimas. Eu era a própria imagem do fracasso, imagem essa que se repetia todas as manhãs e todas as noites, eu pensava em Augusto antes de dormir e depois de acordar, e durante o sono? Eu sonhava com ele, ou melhor, tinha pesadelos com ele. - Eu o odeio. - Murmurei sentindo o peso de tudo aquilo que eu sentia caindo em minhas costas. Por coincidência a mão do meu pai caiu sobre a porta de madeira do banheiro representando sonoramente o baque que senti.
- Bora Gustavo, que demora é essa meu filho? - Ergui-me rapidamente e me sequei o mais rápido que pude. Saí enrolado na toalha, Magdalena, minha irmã caçula surgiu sorrindo marotamente para mim.
- Bom dia, punheteiro. - Tentei estapea-la, mas ela escapou com maestria, como sempre.
- Idiota. - Rosnei indo direto para meu quarto. Vesti-me com pressa e fui para a cozinha logo em seguida, pegando um pão rapidamente, enfiando-o guela abaixo.
- Senta e toma café direito, garoto. Não sei pra quê demorar tanto assim no banho? Depois quer fazer tudo correndo. - Eu ia abrir a boca para responder quando vi o longo cabelo castanho escuro de Magdalena surgir no portal entre a cozinha e a sala.
- Por que será né? - Sua risada estridente e escandalosa soou pelo cômodo inteiro, atirei algo aleatório que estava em cima da mesa, eu sequer vi, poderia facilmente ser uma granada que eu não daria a mínima. - Mãe, olha esse ogro me atacando. - Ela disse aos risos, escondendo-se atrás da nossa mãe.
- A gente precisa mesmo ter a Magdalena em casa? Por que ninguém coloca ela na adoção ou leva pra algum colégio interno. - A menina arregalou os olhos castanhos claros fingido uma indignação e me fitou sorrindo logo em seguida, ao passo que eu fiz uma careta para ela. Minha mãe bufou, revirou os olhos, secou as mãos no pano de prato e bateu com ele em meu ombro.
- Chega vocês dois! Maggie vai pegar seu material e Gustavo senta e toma café direito que seu pai tá quase saindo, anda logo. - Obedeci minha mãe, não sem antes bater em Maggie ao vê-la passando por mim. Obviamente ela revidou, mas ficou só nisso, pois quando eu ia devolver o tapa nossa mãe virou-se para nossa direção e ambos fingimos que estava tudo correndo bem.
Meu pai nos levou para a escola. Estudávamos num colégio particular não muito longe do nosso prédio, daria mais ou menos meia hora à pé, mas mesmo assim nosso pai insistia em nos levar e nos buscar todos os dias.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Fetish (Romance Gay)
RomanceGustavo Borges odeia absolutamente tudo em Augusto Prado. Seu cabelo está sempre diferente, nunca é o mesmo sempre. Seus trejeitos são excêntricos e ele fala alto demais. Ele beija garotas e garotos, mais garotos do que garotas. Suas vestes fogem to...