Minha cabeça estava prestes a explodir, eu tinha certeza que ela se partiria em mil pedaços a qualquer momento. Assim que abri os olhos notei que estava ainda no local onde adormeci. Ainda estava na casa do Guilherme, em sua cama. Ergui-me rapidamente e isso causou uma tontura, afastei-me daquela cama ainda meio zonzo e procurei minhas roupas pelo chão no meio das roupas que estavam espalhadas pelo quarto. Eu não conseguia focar em exatamente nada com aquela visão toda distorcida, porém eu estava fazendo o meu melhor dentro do possível. Continuei caçando minha roupa, mas parei ao ouvir o barulho da porta do banheiro se abrir. Guilherme estava saindo dele apenas de cueca e com o corpo molhado. Assim que me viu ele viera até mim para me cumprimentar, mas parou exatamente aonde estava talvez ao notar minha expressão facial. Eu parecia aqueles cachorros de rua que avançavam nos motoboys sem motivo nenhum aparente, pois é, eu não consigo ver minha face, mas tenho certeza que é esta.
- Até que enfim acordou. - Guilherme secou o cabelo e me encarou, novamente ele estava com aquele mood de agir como se nada tivesse acontecido na noite anterior, como se ele não tivesse praticamente tentado me estuprar. - Vamos tomar café? Preparei um especial pra gente. - Ele estendeu a mão em minha direção e eu a empurrei com um tapa, continuei a procura de minha roupa, ignorando Guilherme e sua falsa hospitalidade.
- Enfia o café no seu cu. - Disse de forma agressiva, chutando as peças de roupa que eu encontrava pelo chão à fim de encontrar as minhas.
- Nossa, que agressividade... - Ele soltou uma risada anasalada que me fez querer socá-lo até que ele desmaiasse, mas para evitar brigas desnecessárias eu só iria continuar a procurar minha roupa para dar o fora dali o quanto antes. - Tá procurando o que?
- O que você acha, Guilherme? Eu estou só de cueca.
- Eu botei sua roupa pra lavar, estava suja de vômito. - Aquilo era claramente mentira, pois se eu bem me lembro eu vomitei no chão e não na minha roupa. Com certeza Guilherme estava querendo tirar com a minha cara, como se já não tivesse bastado a palhaçada de ontem que eu estava me esforçando para fingir que não me lembrava.
- Eu não vomitei na minha roupa, vomitei no chão. - Disse pausadamente me controlando ao máximo para não agredir Guilherme de qualquer forma.
- Sim, mas eu usei sua roupa pra limpar o vômito como forma de pagamento. - Ele disse aquilo calmamente e com um sorriso cínico no rosto. Suspirei tentando manter a calma e devolvi o mesmo sorriso cínico para ele.
- E agora, eu vou embora de cueca?
- Lógico que não, eu vou te emprestar uma roupa. - Guilherme passou por mim e aproveitando a proximidade, ele esbarrou em meu ombro propositalmente. Respirei fundo e fingi não ligar para o ato dele. Ele revirou o guarda roupas e pegou um short, aproximando-se e o colocando diante de mim. - Tem que ver se vai te servir também né? Você tem mais corpo do que eu embaixo. - Ele aproximou a peça do meu quadril, aproveitou para dar uma manjada no meu corpo, uma apertada na minha cintura e, de quebra, ainda passou a mão em minha bunda como se fosse acidentalmente, mas o conhecendo como conheço sei que ele fez isso só para tirar uma com a minha cara. No ímpeto eu o agarrei pelo pescoço e tentei socá-lo, mas ele foi mais rápido e segurou meu pulso antes que eu pudesse acertá-lo.
- A gente já jogou esse jogo, lembra? - Me desvencilhei dele sentindo nojo e o encarei com raiva.
- Qual é o seu problema comigo, hein?
- Nenhum, eu já te falei o que eu quero de você. - Lembrei do que Guilherme disse ontem sobre a Lívia. Aquele garoto era perturbado, como ele acha que eu vou convencer a Lívia a querer algo com alguém escroto como ele? Nem se eu fizesse milagres.
- Eu não comando a Lívia, Guilherme. Se ela não te quis, paciência. - Dava vontade de dar um murro na cara dele e gritar "Cresce, porra", pra ver se ele deixava de ser tão mimado. A Lívia sempre foi o "objeto" de desejo dele, talvez por ser tão difícil e inalcançável. Mas para Guilherme nada era inalcançável, ele tinha tudo o que queria e pronto. Quando a Lívia não o quis, aí que ele ficou ainda mais obcecado em tê-la. Eu só temo por ela e aonde toda essa obsessão irá parar. Antes ela tivesse ficado com ele logo pra ver se assim ele a esquecia de vez.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Fetish (Romance Gay)
Storie d'amoreGustavo Borges odeia absolutamente tudo em Augusto Prado. Seu cabelo está sempre diferente, nunca é o mesmo sempre. Seus trejeitos são excêntricos e ele fala alto demais. Ele beija garotas e garotos, mais garotos do que garotas. Suas vestes fogem to...