Capítulo VI

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Capitulo VI

Quando fui falar ele me empurrou no sofá e sentou no meu colo, eu não tava entendendo nada, olhei pra ele, olho vermelho e com cara de choro, meu coração parou na hora, será que alguém machucou ele.

- Cara quem te machucou? Por que tá chorando? Quem foi, me conta arrebento a cara.

Ele começou a chorar e me abraçou. Caralho quem machucou ele meu.

- Bear olha pra mim o que te fizeram meu? Me diz quem foi?

Caralho já tava espumando pela boca o que fizeram com ele?

- Foi tu Monte! Foi tu cara. - Continuou a chorar no meu colo -

- Nenê olha pra mim, o que foi fala, o que foi que eu fiz?

- Tu caralho, foi tu, meu peito tá doendo até agora com o que tu falou, eu não tô nem ai pro Gustavo ou pra Suzana.

- Não me deixa assim sozinho, eu não gosto de ficar sozinho sem tu cara. Quando tu falou que não queria mais minha amizade, eu fiquei louco cara desculpe o soco, mas... – ele não parava de chorar que merda -

- Cara eu to perdido, eu não sei o que fazer, não quero te perder, mas também não posso ficar contigo como tu quer entende. – ele soluçava me cortava o coração –

- Por favor me diz por que?? Eu só preciso entender.

- Monte olha só, minha mãe não ia aceitar que eu fosse gay entende, ela é de uma religião que não aceita isso, pra ela é pecado cara eu vou pro inferno.

- Ela é empregada em algumas casas de famílias ricas, por isso conseguiu uma patroa que paga o estudo pra mim, e eu quero ser alguém entende.

- Não quero essa vida que minha mãe tem guardada pra mim, se ela souber que eu sou gay e que tô com outro cara ela me expulsa de casa entendeu, eu perco a bolsa, tudo.

- Monte eu só tenho 16 anos vou fazer o que? Ficar que nem mendigo na rua?

- Nenê tu pode vir pra cá, aqui tem espaço pra muitas famílias tu sabe.

- Monte não dá, já pensou em como seria, e se a gente não der certo? E se tu arranjar alguém, como eu fico? Sozinho de novo, e o pior sem casa, sem ninguém.

- Bear olha pra mim. – Os olhos dele tavam vermelhos -

- Bear, se tu vier pra ca, mesmo que a gente se separe tu sempre vai ter onde ficar, eu te prometo, eu prefiro sair daqui.

- Eu tenho onde ficar cara enquanto tu fica aqui, fica tranquilo com isso. – Ele tava chorando muito, tinha que acalmar ele.

- Não sei Monte, tô tão confuso, tu nem sabe se teus pais vão deixar eu ficar aqui, e tenho que pensar tá, e ainda tem o meu padrasto nisso tudo.

- Como assim?

- Cara ele é o maior filho da puta, fica bebendo no bar perto de casa, chega bêbado, bate nela, ela não deixa eu me meter diz que é coisa de casal, eu me tranco com meu irmãozinho, ele é muito criança ainda. Como vou deixar ele Monte?

Eu tinha que pensar numa maneira dele entender. Mas eu sabia que não podia pressionar ele mais ainda

- Bear olha só, quanto aos meus pais não te preocupa, a casa é minha, ganhei dos meus avós, não preciso dos meus pais pra nada, já te disse.

- Vamos fazer assim, a gente continua como tá então, somos amigos, quando der tu vem pra cá, ficamos juntos assim de boa.

- Daqui a pouco eu faço 18 nenê, nossa vida muda, vou poder cuidar da gente, sei que nos conhecemos a pouco tu vai aprender a confiar em mim, vai dar tudo certo tu vai ver.

ENCONTROS - MONTE E BEAROnde histórias criam vida. Descubra agora