Capitulo VII
No sábado o Bear ficou de almoçar comigo. Tinha que ajudar o padrasto na obra. Eu não gostava disso.
Eu ainda tinha no pensamento o que a mãe do Toro tinha dito. Precisava conhecer a família dele.
Quando ele chegou, ele tava cansado, triste, abracei ele.
- Vem comigo Bear, tava te esperando pra tomar banho junto.
Levei ele pro chuveiro. Ele tava quieto, não falava nada, só ficava me olhando.
Coloquei ele no chuveiro, peguei o shampo e comecei a lavar o cabelo dele, ele se segurou no box e ficou ali paradinho, lavei o corpo dele, ele tava com um hematoma roxo na lateral do corpo, eu conhecia aquela marca, afinal ninguém luta como eu e não reconhece as marcas.
Saímos do chuveiro, tava secando ele.
- Se machucou de novo nenê?
- Sim desequilibrei e bati na parede. – ele baixou a cabeça -
- Bear, olha pra mim – Segurei a cabeça dele entre as mãos -
Ele levantou o olho eu vi tanta tristeza ali.
- Bear, sei que tu não quer falar no assunto, eu não vou insistir, mas quero te pedir uma coisa.
- O que monte?
- Quero ir na tua casa.
- Na minha casa? – ele me olhou assustado -
- Sim quero conhecer tua mãe e teu irmão, olha aqui o que comprei pra ele.
Fui até a gaveta da cômoda e peguei um embrulho.
- O que é?
Era um desses carrinhos de controle remoto.
- Ele vai adorar, nunca teve um. – o Bear tava tão triste isso me cortava o coração. -
Merda que criança não tem um desses, essa coisa de dinheiro tá me incomodando, o Bear trabalha por que não conseguia comprar um pro irmão, era tanta pergunta que passava na minha cabeça.
- Então Bear, confia em mim, não vou fazer nada, só quero conhecer teu irmãozinho, de repente levar ele pra tomar um sorvete, quero conhecer o que é importante pra ti ta bom?
- Tá bom Monte, vamos lá. – acho que ele tava cansado demais pra brigar -
Levei ele pra cozinha, ele como sempre comeu como se não tivesse amanhã, eu achava isso tão estranho.
Saímos depois do almoço.
Nunca tinha andado naquela parte da cidade, quando o taxi parou na frente de uma casa simples de madeira, me dei conta da distância que ele percorria pra me ver, isso me emocionou.
Ele empurrou o portão e entramos, só vi quando a porta abriu e um menino de uns 5 anos saiu correndo e abraçou o Bear.
- Monte quero que conheça meu irmãozinho, Josias.
- Oi cara - estendi a mão -
- Oi, como tu é grande. – o guri era uma graça -
- Todo mundo acha também, tenho uma coisa aqui pra ti.
- Pra mim? – ele levantou os braços -
- Isso, pode abrir.
- É um carrinho!! – ele me abraçou no pescoço -
- Juliano, achei que tinha ido estudar.
- Oi mãe esse é o Cleber meu colega que lhe falei, eu esqueci o material do trabalho e voltei pra buscar.
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ENCONTROS - MONTE E BEAR
Non-FictionDois meninos, duas forças contrárias, todos podem ser contra, mas juntos eles irão ate o fim. Famílias e amigos se juntam. Cada um com sua estória cada um com sua vida. Caminhos estranhos que se cruzam. O Outro lado de uma grande estória.