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Fiquei lá no parque até às 5:43 da manhã e decidi ir para escola fazer uma coisa que eu nunca fiz antes, ir até a sala do zelador, engraçado que eu estudo nessa escola desde a 1ª série e nunca fui no armário do zelador. Eu estava bem próxima da porta e falei para mim mesma:
-é agora Catarina, é agora que você vai passar mal com os cheiros fortes dos produtos de limpeza. Então eu entrei no famoso armário do zelador, da para acreditar que tem pessoas que se beijam aqui? Já ouvi boatos que já transaram aqui também, credo, como alguém consegue fazer isso? E por cause disso eu não vou encostar em absolutamente nada... nesse momento meu coração disparou e eu ouvi um barulho muito alto vindo da direção da porta, ufa! Era só o babaca do Ryan entrando, pera porque o babaca estava na escola a essa hora e como ele me achou aqui?
-olá Catarina- disse Ryan com um olhar malicioso
-oi- disse seca e grossa
-eu sei que você deve estar se perguntando porque eu estaria aqui na escola a esse horário!
- é... e porque está aqui no armário do zelador também?!
- bom, temos contas para acertar não é mesmo?- ele disse se aproximando.
- pelo que eu... - ele calou a minha boca com um beijo, eu não acredito que o meu primeiro beijo foi com esse babaca, o que ele viu em mim? Eu não tenho corpo, eu não sou tão bonita quanto às meninas que ele beija nas festas, realmente o que ele viu em mim? Voltei a realidade e separei o beijo gritando com ele
- PARA COM ISSO RYAN! AGORA! ME SOLTA AGORA RYAN!!!
-tá bem, não precisava de toda essa agressividade Catarina- disse isso e saiu, ele disse agressividade, eu não acredito que ele disse isso, na hora comecei a chorar, chorar muito, eu saí correndo dali, mas nas escadas da escola ele puxou meu braço
-ei, aonde você pensa que vai?
-me solta Ryan
-não, eu tenho uma surpresa para você- na hora que ele terminou de falar seu amigos chegaram e fizeram um círculo em volta de mim, confesso que fiquei com muito medo
-o que você quer?
-eu quero você fora dessa escola- na mesma hora um de seus amigos chutou minha canela, imediatamente eu cai, eu estava tonta, estava enxergando tudo embasado por causa das lágrimas, mas eu consegui escuta-lo dizendo "vamos agredi-la até ela desmaiar" de novo ele disse aquela palavra, a qual me atormenta tanto, eles começaram a me socar, me chutar, um deles colocou a mão por baixo da minha calcinha eu estava sem reação, estava paralisada, então eu desmaiei. Eu acordei na enfermaria da escola com uma enfermeira me olhando assustada, eu sentia dores por toda extensão do meu corpo.
-como você está?- perguntou a enfermeira
-não to bem
-bem, a ambulância já chegou
-como assim ambulância?
- você precisa tomar soro e alguns medicamentos que nos não temos aqui na escola- e então quando fui tentar sentar na maca eu não consegui, meu corpo estava todo roxo, parecia que eu tinha virado quadro de arte abstrata.

[...]

Chegando lá no hospital os paramédicos me levaram para uma sala em um dos últimos andares do prédio, a sala era organizado e tinha um cheiro muito forte, eles me deitaram na maca e enquanto eles ajeitavam o soro para eu tomar um médico entrou na sala, colocou suas luvas e pegou uma agulha
-vou te dar uma anestesia- disse o médico, eu não sei nem a necessidade disso mas o que eu posso fazer não é mesmo!? Então eu apaguei, acordei no meu quarto ainda com dor, porém bem menos, sinceramente não sei que milagre aquele médico fez em mim mas precisava agradecer ele por isso. Fiquei um tempinho olhando para o teto até os meus pensamentos começarem a me invadir, comecei a pensar em tudo que aconteceu hoje de manhã, desde quando encontrei Finn na praça, na sala do zelador e na entrada da escola, o que exatamente aquele meninos, na verdade eles não podem ser chamados de meninos porque nem ser humano eles são, então vou chamá-los de fdp2x (filhos da puta 2 vezes pior), enfim, não exatamente o que eles fizeram comigo, eu realmente queria saber porque as únicas coisas que eu me lembro é um deles puxando meu cabelo curto enquanto o outro enfiava ma mão por dentro da minha calcinha, eu queria chorar mas não conseguia porque todas as lágrimas que eu poderia um dia derramar já foram derramadas.

[...]

Acordei no outro dia e tinha que ir para escola, eu não queria ir, não queria ter que respirar o mesmo ar que aqueles fdpx2, me da raiva e tristeza ao mesmo tempo só de lembrar do que aconteceu ontem, mas decidi ser forte do mesmo jeito que fui a sete anos atrás.
Estava a caminho da cozinha para pegar um ovo quando ouço meu pai gritando no telefone, eu tentei entender o que ele dizia mas meu esforço foi em vão, então fiz logo minha salada de ovos e tomei um chá bem quente para ver se eu parava de tremer um pouco, quando terminei peguei meu casaco e gritei "tchau" para o meu pai, minha mãe já estava viajando a duas semanas, diz ela que é a trabalho, enfim sai de casa e peguei minha bicicleta, eu podia sentir a brisa gelada batendo no meu rosto fazendo meus lábios ficarem roxos de frio, indo para escola vi que tinha uma bicicleta vindo na minha direção, mais para o meu lado esquerdo, quando chegou um pouco mais perto e a neblina estava mais fraca percebi que era Finn, então parei minha bicicleta.

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Como vocês acham que foi o passado dela?

Anotações ☁️ Finn Wolfhard (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora