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Depois disso um inspetor veio abrir a porta do quarto, eram 8:00h da manhã e era hora do café, quando me viu estava se preparando para me dar uma bronca mas eu simplesmente disse:
-prazer, Catarina
-certo- ele respondeu, digamos que a minha moral era bem elevada aqui neste orfanato, e ele deve ter entendido que a sra Morgan confundiu o quarto, não é a primeira vez que isso acontece, bom, eu peguei minhas coisas e sai do quarto fazendo uma saudação engraçada, alguns garotos riram, mas eu fui embora de lá.

[...]

-MEGAN ME DEVOLVE A MINHA MEIA AGORA-gritou uma garota de mais ou menos uns 15 anos, eu não a conhecia, provavelmente chegou aqui depois que eu fui embora
-NAO MADELINE, ESSA MEIA É MINHA- ah pera, elas são gêmeas.
Não sei se perceberam mas eu acabei de entrar no dormitório feminino.
-EI, garotas! parem, ja deu não é-disse o inspetor- bom, temos uma nova garota para dividir o quarto com vocs, algumas ja conhecem porém outras nao, meninas essa é a Catarina Zampieri, ela tem 14 anos, e ela será a nova colega de quarto de vocês, agora parem de brigar, obrigada- ele foi embora e todas me encaravam, exatamente como no quarto dos garotos mas aqui elas nao me olhavam com cara de malicia, graças aos deuses
- fala de voce pra gente garota- disse com nojo na voz uma das gêmeas, acho que era a Madeline
-tanto faz- disse muito baixo, acho que ninguém ouviu- bom nao tem muito o que falar, so que eu tenho um irmão mais velho e pais biológicos e adotivos, os dois são uma merda-dei um sorriso sinico no final e fui para minha beliche, já entendi tudo, aquela gêmeas estão digamos que no "comando" deste local, mas eu não me importo muito, não tem como piorar
-conta mais, como veio parar aqui- disse a outra gêmea, ela estava com um olhar de deboche, aí tadinha, não sabe com quem se meteu
-bom, eu fui adotada ainda pequena, passei quase a vida inteira com meus pais adotivos e agora estou aqui novamente, satisfeita?- ela ficou meio surpresa com o tom mas respondeu
-sim, obrigada- disse sínica, eu já não aguentava mais, credo. Fui em direção da minha cama, ficava na parte de cima da beliche, como no quarto dos meninos, eu meio que não trouxe nada pra cá porque não tinha muito o que trazer já que eles dão quase tudo, apenas separei as roupas que eu mais gostava e levei, elas estavam na minha mochila até eu tirar e colocar na prateleira de roupas, que é o que eu acabei de fazer, e enquanto fazia isso percebi um espaço da prateleira vazio, era o espaço de Kate, ela foi minha amiga aqui no orfanato, lembro de todas nossas brincadeiras até hoje, mas aí eu fui embora, e ela ficou aqui, mas parece que ela já se foi também.
Pra onda será que ela foi? Será que ela está bem?
-Ei- uma garota com aspecto acabado me chamou
-oi
-porque está encarando a pratileira da Kate?
-ah, ela era uma amiga minha
-você não ficou sabendo?
-como assim?
-ela cometeu suicidio
-o que?- eu estava imóvel, eu não sabia o que fazer, eu estava segurando o choro
-é, ela não foi adotada e desenvolveu depressão
-meu deus- eu estava muito chocada, eu saí dali e fui pro jardim do orfanato, sentei em um dos bancos e fiquei lá, pensando em nada, fiquei lá até as 20:00, não jantei, fui direto pro quarto, fiquei deitada por muito tempo e não conseguia dormir, então eu peguei minha mochila e pulei a janela, roubei a bicicleta da casa ao lado e fui em direção a casa do Finn, ele era a única coisa que me faria bem agora.

Aí chegar lá eu fiquei com receio de bater na porta, estava muito tarde, então eu subi na árvore do jardim deles que ficava de frente pro quarto do Finn, entrei na pequena sacada e abri a janela do seu quarto sem fazer barulho, ele não estava dormindo, ele estava dedilhando a guitarra dele
-qual é a música?- ele não se assustou, ele já sabia que eu estava aqui
- Holiday, de Green Day- como assim
-essa é a minha música favorita- disse e dei um sorriso bobo
-eu sei- meu sorriso aumentou, eu fui me sentar ao seu lado na cama
-como foi no orfanato?
-ah, uma merda, mas eu roubei maconha de um menino, eu sempre quis experimentar
-eu vou com você então- ele soltou um riso leve
-você tem um fósforo?
-sim, aqui- ele ascendeu os dois "tubinhos" e lá fui eu, por incrível que pareça eu não engasguei muito, aquilo me relaxou foi bom
-o que achou?- ele soltou fumaça no meu rosto e respondeu
-é relaxante
-também achei- ele voltou a dedilhar a guitarra e eu cantarolei-"Hear the sound of the falling rain"
-"Coming down like an Armageddon flame"- enquanto isso nós aproximamos nossos rostos
-"The shame, the ones who died without a name"-estávamos tão próximos que nossos lábios roçavam um no outro, eu estava com saudade disso, de me sentir bem, mesmo que seja por poucos minutos
-Catarina, Eu te amo
-eu também te amo Finn- é finalmente nos beijamos, definitivamente o melhor dos nossos beijos, minhas mãos estavam em suas bochechas e suas mãos na minha cintura, aquilo estava tão bom que eu não queria parar, simplesmente a melhor noite da minha vida.

Anotações ☁️ Finn Wolfhard (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora