ー A rosa branca de Veneza

43 3 0
                                    

Demorou cerca de 1 hora para chegar de trem até Veneza, chegamos na casa de uma Nobre. Ela daria moradia em troca de vestidos para ela pois ela era bastante íntima da vovó, caí morta na cama assim que cheguei por conta da noite mal dormida.

Vovó me acordou avisando que iria sair com Athena e Galathea para comprar tecidos, e me pediu para finalizar vestidos. Costurei alguns vestidos furando minha mão várias vezes por conta do sono, mas nada que atrapalhasse tanto na costura. Cada pontada da agulha era um despertar novo, então pude continuar tranquilamente.

Ouço passos rápidos no corredor e então a porta se abre. Uma jovem de cabelos cacheados loiros, pálida como neve e de olhos azulados entra no quarto, me encara e murmurra.

ー Por favor me ajuda!
Ela tremia e tinha uma respiração forte.

ー O quê houve?
Curiosa tentei acalmar a garota.
Ela bateu seu vestido branco, e coçou a cabeça.

ー Sou Arhka, filha da condessa de Bassini. Meu pai é o conde de Bassini e é ocupado na Grécia.
Mamãe contratou uma servente horrível para cuidar de mim, por favor me ajude! Ela quer escovar meus cabelos porém é muito brusca e quase arranca todos os fios, me ajude.

Para uma postura de nobre ela estaria reprovada. Seu vestido branco estava quase preto de tão sujo, cabelo bagunçado e boca um pouco machucada. Ela estava de joelhos me implorando para ajuda-lá. Não consegui negar.

ー Tudo bem! Sou Freya. Precisamos disfarçar você para que não notem tão fácil.
Estendi a mão e ajudei a mesma se levantar. Escovei com cuidado seus cabelos e fiz uma trança identica a da minha. Saímos do quarto na espreita e corremos pelo jardim da mansão.

Ela arrancou uma rosa branca e outra vermelha e me entregou a vermelha.

ー Toma! combina com o seu vestido.
Já ouviu falar no conto da Branca de neve e a Rosa Vermelha?
Ela sorriu pacificamente.

ー Não sei muitos contos.

ー Eram irmãs, pareciam a gente. Vestido branco e vestido vermelho, as duas semelhantes. Ela fez questão de me explicar toda a história com um gigante entusiasmo.

ー Ei, você tem coragem de escalar aquela árvore?
Apontei para uma enorme árvore que ali havia.

ー Se você quiser perder, continua olhando.
Ela riu e começou a escalar rapidamente a árvore. Desafiada, corri e escalei ao lado dela, chegando facilmente ao topo e estendendo a mão para ela subir. Rimos com bastante coisas, e entreguei uma maçã da árvore para ela.

Sabe... Como uma nobre eu nunca tive uma chance de subir em alguma árvore, e comer o fruto dela direto. É estranha essa sensação de felicidade.

Ela deitou o rosto no meu ombro.

ー Você é como eu, só que mais nova.
Respondi a garota, afagando seus cabelos.

ー Eu sinto o mesmo. Nunca vou te esquecer! Retorne para Veneza quando quiser, eu sempre te deixarei entrar aqui!
Ela retrucou sorrindo singelamente.

Ouvimos gritos de uma senhora chamando por Arhka. Descemos rapidamente da árvore e eu me escondi, Ahrka se despesdiu e me deu uma presilha de ouro com um detalhe em uma pedra vermelha.

Nunca se esqueça de mim! Por hoje é só, mas voltarei para te ver eu juro!

Ela acenou e correu, pude ver a mesma recebendo punições de uma senhora e entrando para a mansão com uma feição triste. Saí daquele local e fui em direção ao banheiro dos hóspedes. Enchi a banheira e fiquei à refletir.

ー Então a nobreza é uma gaiola onde alguns passaros bonitos só observam os céus, e mesmo com a porta aberta suas asas estão quebradas... Isso é triste.

Vesti uma camisola e fui dormir.

Querida mamãe, hoje descobri o quão triste a nobreza pode ser. Nobres vivem numa gaiola na qual  não podem sair?

Pobre Arhka...

A Orquestra da Meia-Noite.Onde histórias criam vida. Descubra agora