adeus meu amigo

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-Carter, está na hora! - Diz Deiverson colocando sua mão no ombro de Carter, este olha para Deiverson com um olhar cabisbaixo.
O corpo de Bruna é levado ao cemitério onde será velado com as últimas palavras de seus amigos e família.
- Você que me alimentava quando eu estava com fome e que cuidava de mim como se fosse uma segunda mãe e uma melhor amiga, era você que sempre cantava para mim para me acalmar e me alegrava quando eu estava prestes a chorar, sempre via você com um sorriso lindo nos campos e ao fim do dia mesmo quando estava cansada preparava ótimas tortas para mim... Obrigada por ter sido essa estrela que eu tanto admirava! - Diz Emili não conseguindo conter as lágrimas que rolam por seu rosto.
Após todos deixarem seus sentimentos por Bruna chega à vez de Carter.
- O destino se esconde nas mais remotas sombras que nos rodeiam no dia-a-dia, onde só podemos vê-lo quando é revelado na hora em que o dia está mais claro e brilhante e todas as sombras vêm a tona. Se um dia me perguntassem se eu vi o destino... Eu diria que o vi, e que ele guardou por todo esse tempo momentos que nenhuma pessoa pode se quer imaginar, que nenhum dinheiro poderia jamais comprar e que esses momentos têm o valor que nenhum objeto jamais poderia ter, pois eram momentos verdadeiros e libertadores, não tinha ódio e nem rancor, nem a mais bela flor a ser entregue teria a mesma intensidade daquele amor. E hoje posso ver que do mesmo jeito que o destino guardou todos esses belos momentos ele também escondeu de mim a sua morte. Mas onde você estiver Bruna, eu espero que saiba e sinta que você é hoje e sempre será meu verdadeiro amor... - Disse Carter com alguma dificuldade ao pronunciar as suas últimas palavras para a sua amada.
Todos aplaudem após as palavras de Carter.
- Parabéns Carter, foram belas palavras meu amigo, agora você tem que ser forte para recomeçar... E pode contar comigo para te apoiar! - Diz Deiverson passando o braço por cima do ombro de Carter.
- Sei que tem uma luz no céu a me esperar, e sei que você estará ao meu lado amigo, para me apoiar, assim como Bruna esteve. Muito obrigado!
Um mês se passou após a morte de Bruna e estranhas coisas aguardavam por Carter.
- Então o que está pensando em fazer hoje mano? - Perguntar Carter a Deiverson.
- Nada demais, só pensando em chamar você, o Gildo e o André para um churrasco mais tarde, afinal não é todo dia que se faz dezoito anos não é mesmo?
- Verdade, então vamos ao mercado e eu te ajudo a carregar as carnes! - Diz Carter.
- Tá certo, obrigado mano!
Ao chegarem Deiverson estacionou o carro em frente ao mercado que estava relativamente vazio, enquanto Carter, agora fora do carro, fazia uma ligação para um dos seus amigos, Gildo. Porém, Carter não sabia que estava sendo observado.
- Senhor, alvo avistado, câmbio!
- Ótimo, capture e traga-o para mim!
- Ei Carter, vamos! - Diz Deiverson tentando trancar o carro, Carter estava do outro lado da rua.
- Senhor, terei que esperar, alguém está com ele, câmbio!
- Não me interessa, livre-se dele e pegue o garoto, câmbio!
- Entendido senhor, Câmbio e desligo! - Ele guarda o rádio e olha para o seu parceiro - Eu pego o garoto e você cuida do amigo dele!
- Positivo!
- E aí Carter conseguiu falar com os caras? - Diz Deiverson se encaminhando para a calçada.
- Sim, Gildo e André confirmaram presença!
- Eu vou lá dentro ver as carnes, não estou conseguindo fechar o carro, pode olhar ele até eu voltar?
- Ah, então beleza, eu fico aqui! - Diz Carter guardando o telefone no bolso.
Enquanto Deiverson estava comprando as carnes Carter ficou encostado no carro esperando o amigo voltar. Os homens que o observavam ficaram alguns minutos esperando para ver se Deiverson voltaria, só então agiram.
- Alvo na mira! - O homem dispara - Alvo atingido.
Eles disparam um dardo tranquilizante em Carter, mais especificamente em seu pescoço.
- O que é isso... - Diz Carter puxando a agulha que o atingiu já meio tonto - O quê? - Carter desmaia e a pequena agulha com um pompom azul na ponta cai no chão.
Deiverson sai do mercado com as compras na mão se depara com dois homens carregando o seu amigo para o outro lado da rua, onde havia um carro grande e preto sem placa.
- O que vocês estão... Carter? - Deiverson deixa as sacolas caírem no chão com tudo - Soltem o meu amigo, o que estão fazendo? - Diz Deiverson avançando nos homens sem nenhum êxito.
- Não é nada que alguém como você deva saber, agora saia daqui garoto! - Um dos homens o joga no chão e tirando uma arma do cinto atira em Deiveson que grita de dor enquanto seu sangue escorre pela rua.
- Rápido, pegue-o, não podemos deixar rastros!
Sirenes começam a tocar e a polícia chega logo em seguida.
- Droga polícia por aqui? Esquece ele, vamos!
- Os dois? E o garoto?
- Deixa no chão, depois o pegamos!
Os homens largam Carter próximo a Deiverson que também já estava desmaiando devido a perda de sangue, entram no carro e aceleram de  tal modo que nem a polícia consegue alcança-los.
Após toda a confusão Carter e Deiverson são levados ao hospital para a ala de emergência e primeiros socorros.
- Ele está acordando cara! - Diz André com o rosto meio inchado em pé em frente a cama de Carter.
- Ah... Gildo? - Diz Carter com a mão na cabeça tentando levantar.
- Ei cara, está me ouvindo? - Diz Gildo ao lado de André e em frente a Carter.
- Sim cara, fala baixo minha cabeça dói! O que vocês fazem aqui... Aliás... O que eu faço aqui? - Pergunta Carter ao perceber que está em um Hospital.
- Nós dois recebemos um telefonema do seu pai, ele foi contatado, mas não pode vir então pediu para nós virmos ver se vocês estavam bem! - Respondeu Gildo.
- Nós... Isso... Onde está o Deiverson? - Diz Carter tentando levantar sem êxito já que tinham agulhas em seus braços para ajudá-lo a expelir o veneno do tranquilizante.
André e Gildo ficam em silêncio por um instante.
-Carter, fica calmo, você e o Deiverson foram encontrados inconscientes perto do mercado. Você acabou ficando apagado por umas duas horas por causa do tranquilizante que o atingiu!
- E quanto ao Deiverson? Ele não está bem não é? – Pergunta Carter engolindo em seco o pouco resto de saliva que havia em sua garganta.
Os rapazes mais uma vez ficaram em silêncio, Gildo tentando conter as lágrimas.
-Por que estão com essas caras... Não vão me dizer que ele... - Perguntou Carter já percebendo o rumo que a conversa tinha tomado.
- Ele levou um tiro no pulmão esquerdo e ainda havia ficado vivo por um tempo, lutando muito para conseguir respirar... – Disse André.
-Ele lutou muito, mas no fim não resistiu cara, acabou com insuficiência respiratória... – Disse Gildo respondendo a pergunta de Carter.
-Ele acabou falecendo um pouco antes de você acordar... – Disse André.
-Não pode ser... Não cara... Você me prometeu Deiverson! – Carter começou a chorar, seus amigos o ampararam, mas ele estava em prantos e sem conseguir levantar da cama.
- Os médicos disseram que ele disse algo antes de morrer... Algo como “Me perdoe amigo”, “Não consegui”!
- Ele não tinha que pedir desculpas, eu que tenho que pedir desculpas... Desculpa Deiverson, onde você estiver me desculpe mano, eu nunca consegui de fato retribuir tudo o que sempre fez por mim... Desculpe-me... – Diz Carter ainda aos prantos e extremamente inconsolável.

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