Verdades

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- Obrigada por me receber. – a mulher disse assim que adentrou a casa.

- O que essa mulher ta fazendo aqui, filha? – Daisy questionou irritada.

- Vejo que meu nome já virou história por aqui.

- Fala logo o que você quer e não abusa da minha paciência, Megan! – Camila soltou exasperada passando pela morena.

- Eu vim em paz. Não vim aqui com a intenção de causar nenhuma situação desconfortável.

- Acho difícil você se superar. – Camila disse estendendo a mão, sinalizando para que ela se sentasse no sofá.

Megan respirou fundo e sentou-se no sofá ao lado de onde Camila já estava acomodada.

- Eu vou deixar vocês a sós. – Daisy disse a contragosto – Não vou me dar ao trabalho de lhe oferecer nada porque eu não sou obrigada e creio que a sua visita será rápida. – encarou a mulher com um sorriso forçado nos lábios.

- Eu estou bem, obrigada. – Megan sorriu sem graça.

- Ótimo. Estou aqui na cozinha caso precise de mim, filha. – disse saindo – Estarei aqui cortando alguns legumes com uma faca bem afiada!

- E então? – Camila fez sinal para que Megan prosseguisse.

- Bem, eu não sei por onde começar. – a morena apertou os dedos. Parecia nervosa.

- Comece explicando por que você agarrou a minha... – fez uma pausa – A Evellyn daquela forma?

- Eu fiz de propósito. A Evellyn não teve culpa de nada.

- Obviamente. Você não iria até o trabalho dela com a intenção de agarrá-la simplesmente porque sentiu saudades.

- Não precisa se alterar. – sorriu.

- Eu já disse pra você não abusar da minha paciência, Megan. Eu já fui educada demais recebendo você aqui.

- Ok... – disse em rendição – Eu vim para explicar o que aconteceu. Não para causar mais confusões. Bem, como eu disse, eu planejei tudo aquilo. Eu vim de uma turnê pela Europa com a intenção de abrir uma casa de shows aqui em New York. Eu cansei de rodar o mundo sem ter lugar fixo em lugar algum. Cansei de viver rodeada de pessoas vazias, cansei de me sentir vazia.

- Eu não estou interessada na história da sua vida. Se quiser alguém pra desabafar procure um analista. Seja breve.

A morena suspirou e assentiu.

- Eu conheço a Evellyn há muitos anos. Desde a sua adolescência. Nós já viajamos por esse mundo juntas até ela largar essa vida e se tornar uma mulher responsável. Nós já vivemos muita coisa juntas. – sorriu nostálgica – O fato é que eu sempre amei a Evellyn. Sempre fui apaixonada por ela desde que a conheci. Eu largaria tudo e me casaria com ela a qualquer momento se ela quisesse. O problema é que ela nunca se prendeu a ninguém. Nunca foi de uma só. E eu sempre respeitei isso. Nós tínhamos uma espécie de amizade colorida, sabe? – seus olhos marejados deixavam claro o quanto aquele assunto mexia com ela – Sempre ficávamos juntas quando nos víamos, mas nunca passou disso. Eu não a culpo, ela nunca me deu esperanças de viver um relacionamento com ela. Ela nunca se abriu assim para ninguém. Até você chegar na vida dela. Eu conheço a Evellyn há quase dez anos e eu nunca a vi assim por ninguém. Você conseguiu o que metade das mulheres que já passaram pela vida dela tentaram e não conseguiram. Conquistar o seu coração.

Camila sentiu um aperto em seu peito ao ouvir aquilo.

- Você foi a grande felizarda! A escolhida. A única que conseguiu quebrar todas as barreiras daquele coração fechado. – sorriu sem humor – Eu esperei por ela por tanto tempo, por todo esse tempo. – lágrimas já escorriam pelo seu rosto – Esperei pelo dia que ela se cansasse de viver sozinha, sem nenhum compromisso, e notasse que eu sempre estive ali esperando por ela. Mas ela não me viu. Não me notou porque seu coração já tinha sido preenchido.

I'm in Love With my BossOnde histórias criam vida. Descubra agora