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2 de dezembro de 2017, San Diego.

Já amanhecera e eu continuava sem saber como dizer à minha mãe que tinha um telemóvel e que provavelmente teria de ser ela a dar-me dinheiro para o carregar nos meses seguintes. Um toque especial despertou-me, e logo depois, a pequena com o cabelo todo despenteado abriu a porta, com uma mão a esfregar os olhos.

— Jojo? — Saltita até mim, após fechar a porta.

— Não devias estar a dormir? A Elaine não está no quarto? A mãe? — Ela nega. Pego-a por baixo dos braços e deito-a a meu lado. Cobro-a até ao pescoço e retiro uma mecha encaracolada do seu campo de visão. Agarrou-se ao meu braço com força.

— A mamã não está no quarto e Elaine esta ruim. — Aliso carinhosamente os seus caracóis, fazendo uma espécie de massagem no seu couro cabeludo, em seguida, tal como fazia quando ela era bebé. — Jojo não vais sair daqui pois não? — Balanço com a cabeça negativamente. — Gosto tanto de ti Jojo! — Aqueceu-me profundamente o meu coração. Era satisfatório saber que a criança que quase sempre cuidei gosta tanto de mim como eu dela. Afinal, somos irmãos. Não tem como não gostar profundamente de um irmão.

— Também gosto muito de ti, pequenina. — Enroscou-se ainda mais no meu braço e um longo suspiro foi dado. Encostei a minha cabeça à sua e cerrei os olhos, numa tentativa de voltar a adormecer e poder continuar o sonho que me fez acordar subitamente.

Um som de um vidro quebrando me alertou e me fez acordar novamente subitamente

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Um som de um vidro quebrando me alertou e me fez acordar novamente subitamente. Olhava ao meu redor, sem saber de onde vinha tal barulho. Seria Elaine na cozinha? Minha mãe tinha chegado?

Estremeci ao notar que a pequenina mexia-se na cama. Tentei tirar meu braço dos seus, fazendo com que consequentemente, a menina se vira-se para o lado contrário ao meu corpo. Rastejei sobre o colchão, saindo o mais lentamente possível para não a acordar. O som permanecia no ar e começava a deixar maluco pois tinha de encontrar o que fazia aquele barulho. Retirei a roupa da cadeira, procurei na estante, nas mesas de cabeceira, em todo o lado, e nunca encontrei. Puxei meu cabelo para trás e respirei fundo. Onde poderia estar?! Inesperadamente, lembrei-me do telemóvel. Fui à mochila desesperado e parecia que nunca ia encontrar aquele aparelho eletrónico. Enfim o encontrei e no ecrã iluminado do mesmo, duas mensagens piscavam de um número que me era desconhecido. Deslizei o dedo pela tela abrindo as mensagens de texto.

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