Pure Wolf (JiKook - ABO)

Capítulo VI

Busan, Coreia do Sul, Atualidade

O despertador tocou, forçando-o a acordar do sonho estranho que estava a ter. Um rapaz tinha desmaiado à frente da sua casa e era lindo como um anjo e ao mesmo tempo sexy como... como... um demónio? Porque sonhara algo tão estranho?

Esfregando os olhos com as mãos fechadas, Jimin começou a estender o braço até à mesinha de cabeceira para desligar o despertador, sentindo alguma dor nas costas. Foi então que percebeu que estava no sofá e que o telemóvel vibrava e tocava em cima da mesa da sala. O que significava que: aquilo tudo tinha mesmo acontecido.

Levantou-se rapidamente, desligando o despertador, e correu até à porta do quarto, quase caindo pela velocidade a mais. Temendo abrir a porta, levou a mão à maçaneta bem devagarinho, sentindo-se extremamente nervoso, e rodou. O aroma não enganava ninguém. Nem precisava de ver para crer. Tinha um alfa delicioso a dormir na sua cama. O cheiro estava muito mais forte do que no dia anterior, o que revelava que o estado de saúde dele melhorara. Suspirando, foi até ao lado do alfa e colocou a mão na testa dele. Sim, parecia estar melhor. Pelo menos, não parecia estar a ferver. Parecia apenas um pouquinho mais quentinho, o que era normal para um alfa.

Afastou-se com grande dificuldade, principalmente devido ao cheiro que lhe invadia as narinas e fazia o seu lado ómega contorcer-se como um cachorrinho para o dono, e foi ao guarda-fatos. Nem sabia bem o que havia de vestir. Era sempre a mesma indecisão no que tocava à roupa pois era vaidoso e queria estar sempre no seu melhor. Acabou por selecionar uma camisola de caxemira cinzenta, que era bastante quentinha e bonita, e umas calças pretas bastante discretas, apesar de justas na parte traseira. Levou a roupa com ele e deixou-a na casa-de-banho enquanto ia para a cozinha tomar o pequeno-almoço. Acabou por decidir comer cereais com leite, enchendo bem a taça para que não tivesse fome tão cedo. Preparou também um tupperware com algum do ramen do dia anterior para levar para o almoço no trabalho, só o cheirinho delicioso dava vontade de comer aquilo logo. Finalmente pode ir vestir-se e fazer a sua higiene matinal, incluindo escovar os dentes para ficar com um hálito a mentol e um sorriso bem branquinho.

Já pronto para sair de casa, a sua mente regressou ao estranho que estava na sua cama. Sentia-se muito indeciso quanto ao que fazer. Se o acordasse temia que o alfa se zangasse com ele, fazendo-o atrasar-se na sua rotina ou pior, ou então que ele se sentisse mal de novo se o deixasse na rua sozinho. Por outro lado, Jimin não queria deixar um estranho sozinho na sua casa. Ele podia roubar-lhe tudo ou simplesmente estragar as suas coisas preciosas e que tanto lhe tinham custado a comprar. Decidiu ir até ao quarto para o acordar e aproximou-se devagar. O cheiro deixava os seus pensamentos emaranhados. Nunca conhecera um alfa com um cheiro tão forte e delicioso. Estendeu a mão para lhe tocar, mas não conseguiu fazê-lo. Estava tão pacifico e sereno ali a dormir. Acabou por desistir e decidiu deixar-lhe um recado rápido.

Escreveu uma mensagem num papel e depois deixou-o na mesinha de cabeceira, esperando que ele o visse quando acordasse: "Quando acordares, por favor, não me estragues nem roubes as coisas. Regresso perto das 15:30h. Assinado: Jimin

P.S. – Tens ramen no frigorifico se tiveres fome."

Achou que aquilo seria o suficiente. Bem, talvez ele não se recordasse do seu nome, mas quanto a isso pouco ou nada podia fazer. Adicionara a hora a que chegaria a casa como precaução. Se ele ainda estivesse em sua casa quando o Jimin chegasse, poderia pensar que ele era um ladrão a tentar invadir. Os alfas eram criaturas muito territoriais, mesmo quando não estavam na sua própria casa, então era sempre melhor prevenir que remediar.

Saindo de casa com o coração nas mãos, já com as suas luvas e cachecol colocados, dirigiu-se em passo rápido para a biblioteca. Ainda estava escuro, mas o sol ameaçava despontar a qualquer momento. Jimin reparou que não havia nuvens no céu, o que significava que não ia chover e o dia acabaria por aquecer um pouco. Ainda bem porque o dia anterior realmente tinha sido demasiado gelado. O inverno em Busan era sempre assim desde que Jimin se recordava.