Ela era uma pessoa boa, fazia questão de ressaltar.
Boa, boa, boa de tudo.
Era bastante desastrada, é verdade, e também muito distraída. Com certeza uma pessoa azarada.
As coisas caiam de suas mãos e os pensamentos fugiam de sua cabeça. Às vezes não via para onde estava indo ou não ouvia quem estava falando. Tropeçava nos próprios pés e nos pés dos outros. Mas ainda assim, era boa.
Sem querer deletou o projeto de sua amiga quando ela estava prestes a acabar; mas foi acidente.
Ela era boa.
Esqueceu-se de avisar sua família sobre a tia distante que estava no hospital, em leito de morte, e sua mãe não teve chance de se despedir; mas foi sua memória que pecou.
Ela era boa.
Deixou o portão de sua casa aberto e seu cachorro correu para a rua, sendo fatalmente atropelado por um caminhão; mas foi distração.
Ela era boa.
Derrubou seu irmão recém nascido de cabeça enquanto tentava fazê-lo dormir. Agora estava marcada pela mancha do desastre e não conseguia mais limpar o sangue de suas mãos.
Mas ela era boa. Boa, boa, boa.
E ela continuaria a repetir isso até acreditar em si mesma e tornar realidade seu otimismo cego.
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As Leis do Karma
HorrorPor enquanto, é apenas uma coleção de textos sobre os 12 signos do Zodíaco. (PROJETO FUTURO) Até que ponto a Astrologia define quem somos como pessoas? Onde termina a influência dos Grandes Astros e onde começa a construção social? São esses e out...