Á R I E S

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Ela gostava muito da cor vermelha.

Vermelho vibrante como a labareda de uma fogueira. 

Ou vivo como o sangue em suas veias.

Gostava tanto que tinha seus curtos cabelos tingidos em forte tom rubro, que a fazia se destacar em todo lugar que passava. E lhe despertava tanto fascínio que se apaixonara em plena infância pelo carro vermelho que percorria a cidade em direção ao fogo. 

Também era verdade que lhe agradava a ideia de ser uma heroína.

Por isso, tornou-se bombeira.

E uma das melhores de seu esquadrão, pois nunca fraquejava diante da urgência; vivia de impulso atrás de impulso e quando dava por si, já tinha entrado de cabeça diretamente no perigo. Sempre a primeira a agir, a primeira a chegar no local, a primeira.

 Miúda, mas rápida como um foguete.

Sua vida era combustão espontânea que a fazia se mover, turbinada por coragem e impaciência. Era como uma bomba relógio que nunca chegava ao seu fim; sempre cheia de urgência. E então, explosão. Seu temperamento radical, muitas vezes desagradável na vida pessoal, cumpria bem o papel de salvar vidas e abafar o fogo desmedido pelas ruas. 

Mas nunca o seu próprio. 

Ela queimaria até o fim de seus dias e, quem sabe com sorte, seria cremada e jogada no mar onde poderia finalmente se aquietar.

As Leis do KarmaWhere stories live. Discover now