Era uma pessoa muito séria.
O semblante era sempre tão estóico e seu rosto levava antipatia. Ou talvez fosse apatia.
Era como se nada no mundo fosse bom ou belo o suficiente para fazer seus lábios se curvarem para cima. Um peso que puxava tudo que havia nela para baixo; a boca, os cabelos escorridos, a pele enrugada, peitos caídos e os óculos que deslizavam por seu nariz fino e proeminente.
Era uma escrava da gravidade. Escrava da terra.
Uma senhora cuja a idade preferia manter em segredo, assim como todos os pontos que julgava fracos em si mesma. Inclusive, os vários problemas de saúde que a impediam de se levantar sem sua bengala.
Fazia questão de relembrar apenas seus anos de ouro.
No auge da vida, tinha sido uma trabalhadora empenhada e bem sucedida. E juntara quase todo mísero centavo, fruto de seu suado esforço, para poder descansar plenamente quando a velhice chegasse.
No entanto, agora que a decadência tinha finalmente chegado, ela gastava seu precioso dinheiro com remédios e nada muito além disso.
Afinal, não tinha muito com que gastar quando ela mal conseguia sair de sua poltrona. Estava fadada a permanecer enraizada até o dia que seu velho corpo retornasse à terra.
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As Leis do Karma
KorkuPor enquanto, é apenas uma coleção de textos sobre os 12 signos do Zodíaco. (PROJETO FUTURO) Até que ponto a Astrologia define quem somos como pessoas? Onde termina a influência dos Grandes Astros e onde começa a construção social? São esses e out...