HOTEL OLIMPUS | Divine Blood

Capítulo 6 | Persefone

- Estou bem, mãe. - Repeti a mesma resposta novamente. - Ele me trata bem, é educado e tudo mais. E sim, me faz comer cereais.

- Meu irmão é um ogro. - Revirou os olhos. - Apesar de ser o melhor dos três ainda odeio que você tenha casado com ele.

- Hades é um bom homem. - Me permeti a responder. - E além disso, dona Deméter. - Falei acusatoriamente. - Não teve nada contra nós casarmos.

- É diferente. - Ela murmurou birrenta. - Ele quase nunca te trás aqui e ficamos sem nos ver por meses. - Desviou seu olhar para a festa.

Estavam todos bebendo e agindo como se conhececem meus tios a anos, ridículos. Muitos olhares se seguravam em mim. Talvez pelo meu corpo escutural e minha pele morena. Ou talvez pelo meu vestido que possuía flores como estampa. Não na estampa, mas sim fixadas no tecido. Flores em tons rosa feitas de cetim e costuradas por todo o tecido base, criando um aspecto de volume, relevo e delicadeza. Quando se é uma estilista famosa é necessário usar seus modelos.

- Olha, olha se não trouxe o jardim para a festa, florzinha. - Dionísio caçoou logo que cheguei no bar.

- Bom te ver, bebum. - Cumprimentei-o com um beijo na bochecha. - Como se sente ao ser usado por Zeus e Hera?

- Sabe como é. - Falou dando ombros chacalhando a coqueteleira, trocando-a de uma mão para a outra. - Teremos recompensa depois. - Sorriu galanteador e piscou um olho demoradamente.

- Você não presta. - Neguei com a cabeça, rindo levemente.

- E como você está, florzinha? - Questionou sério sem me olhar, entregando um drique a um rapaz. Ele tinha esse qualidade, sempre tinha a aura relaxada quase como se estivesse bêbado, mesmo não estando e então quando necessário ficava sério e sempre percebia os problemas.

- Bem. - Ele olhou torto para mim e eu corrigi. - Normal, nem alegre nem triste. Estáveis entre eu e Hades. E tediosas na empresa.

- E porque está nervosa, florzinha? - Me analisou consideravelmente. Ele sabia. Dionísio sempre sabe. - Você o viu, não é? - Eu assenti e ele continuou. - Falou com ele? - Eu neguei e ele praguejou. - Dramáticos. Vai falar com ele. - Neguei novamente e ele me olhou torto e desviou o olhar eu o segui. Não o deveria ter feito.

Lá estava ele.

Do mesmo jeito que nos vimos a primeira vez. O sorriso deslumbrante. As feições ferozes e delicadas em ótima sintonia. O corpo modelado. A pele bronzeada. Os olhos encantadores e observadores, tão rápidos como um corredor profissional. Que logo me perceberam e seus lábios sorriram abertamente para mim.

Hoje mais cedo eu o vi, mas quando o chamei ele olhou surpreso e simplesmente se pôs a correr me deixando parada no meio do saguão do Hotel sem entender nada. Mas agora ele me encarava e sorria. Eu revirei os olhos e voltei a olhar para Dionísio.

- Não, Dino, eu não vou lá. - Eu bufei irritada e ele levantou as sobrancelhas inquisindo uma resposta. - Encontrei ele hoje, mas ele simplesmente se virou e correu.

- De uma chance ao rapaz. - Falou claramente contente. - Shippo vocês desde da minha adolescência, é bom se resolverem logo.

Olhei novamente para Hermes que ainda me encarava, ele sorriu novamente e meu estômago embrulhou, cheio de borboletas. Eu acenei para cima e ele entendeu o que eu queria dizer.

- Vejo você depois, Dino. - sorri vendo a animação de meu primo. Ele levantou os dedões sorrindo e o deixei com sua felicidade seguindo a minha.

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