Antonella

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"Quando perdemos tudo, ainda temos algo precioso por que lutar. A VIDA."

Antonella


Não demorou muito para adormecer, caindo em um sono agitado, cheios de sonhos ruins e angustia. O dia ainda estava amanhecendo frio e cálido, em perfeita harmonia com o vazio que sentia dentro de si. Ainda não eram 6:00 horas da manhã, mesmo assim decidi-o se levantar caminhou para o banheiro de forma mecânica e como um robô se despiu e deixou que a água morna levasse com ela toda sua angustia, não choraria mais por aquilo que não pode ter. Voltou para o quarto agasalhada em um roupão branco e penteou cuidadosamente os cabelos, deixou que caíssem húmidos em sua pele abriu o roupão em frente ao e pela primeira não teve vergonha de suas cicatrizes tocou a maior delas a pele ainda eram áspera esbranquiçada as levariam por toda a vida eram parte dela... Afastando as lembranças que amargavam sua infância tocou o ventre... seu filho cresceria ali.

_Bom dia, meu amor... murmurou ao filho. Não poderia dar o lar que tanto sonhará a ele mais daria todo seu amor. Quando finalmente estava vestida os primeiros raios de sol começavam a penetrar vidraças das janelas estilo colônia.

Se aproximou das janelas e com um caricia terna o calor da manhã tocou sua pele de forma agradável, mais um dia começava, o primeiro dia de uma nova Antonella. Ontem tinha dito a Conte que queria a ele e sua família, fora de sua casa e falava a sério, no entanto, conhecendo os parasitas que se empregaram ali dariam um trabalho enorme para sair.

Bella Rosa de São Paulo, é uma das mais antigas casas coloniais da cidade de São Paulo, a casa era uma joia rara entre os arranha-céu que a cercava, hoje me uma área nobre da cidade é rodeada por três hectares de jardins ao estilo inglês, nunca aberta ao público apesar de ser tombada pelo patrimônio historio e cultural nacional é cobiçada, com um sinal de poder e ostentação por aqueles que se denominavam elite. Mas para ele é apenas seu lar amava a propriedade e a sensação de paz que ela lhe trazia.

Neste momento sentiu uma forte pontada de cólica que a fez se curvar de dor com muita dificuldade consegui chegar até o aparelho telefônico e ligou para a residência de Marília, uma pequena e confortável casa encima da garagem, a senhora atendeu no segundo toque, mesmo assim sentia que demorava uma eternidade.

_ Alôo... A voz sonolenta da senhora ecoou do outro lado da linha.

_Me ajuda, acho estou perdendo meu bebê... Nunca perdoaria Conte se perdesse seu filho, todo estresse e angustia que passara no dia anterior, agora refletia em seu bebê. Agora a dor física somada ao profundo desgaste emocional a deixara sem forças até para lutar.

_Fica bem meu pequeno. Está me ouvindo, fica bem quietinho ai que prometo que ficarei bem para ti. Ela sussurrou para o filho se sentando na cama. Minutos depois a senhora e a ajudava se levantar.

_Tudo vai ficar bem minha filha. Disse a governanta com carinho enquanto preparava uma bolsa apressada. _Deixe-me avisar o senhor João Martins.

_Não. Rebate firme. _Não é necessário. Pegue minha bolsa e vamos.

_Venha filha com cuidado. Dizia a senhora ao chegarem na escada, se deparando com Conte ainda com os trajes que costumava usar na academia. Ele nos olha e rapidamente percebe o que poderia está acontecendo.

_O que está acontecendo? Ele perguntou sem tirar os olhos de mim, como se realmente se importasse com migo ou com a criança. Sinceramente não sei se me falta forças ou vontade para lhe responder. Então Marilia toma a frente da situação.

_A senhora Antonella, não se sente bem. Senhor. Estou a acompanhado até o hospital.

_Como?! E por que diabos não me avisou. Diz nervoso passando a mão na cabeça. Tenta se aproximar mas me afasto.

_Eu... Espantada pelo rompante de seu patrão a senhora fica sem saber o que responder.

_Marilia por favor... digo ao encontrar meu limite. Me contorço de dor sinto que estou sangrando, meus olhos ficam úmidos sei que, novamente a vida está me tirando um motivo para continuar a lutar, me sinto nauseada e tonta, sinto o gosto amargo em minha boca. Me apoio na parede para não cair e sinto seus braços me envolver. Estou cansada muito cansada de mais e apenas aceito...

_O que está acontecendo, anjo? Pergunta novamente de fato parece se importar.

_Acho que ela está tendo um início de aborto, senhor. Marília novamente responde por mim, sei que estou em seus braços, sei que seu calor me envolve mesmo sem aplacar a dor, meu corpo tenta reagi mais não tem forças, me sinto fraca, esgotada mas com seu calor o medo é menor mais leve. Sinto estranhamente protegida.

_Ligue para seu médico e diga que estamos a caminho da Hospital São Francisco.

_Sim, senhor. Ela responde prontamente quase correndo para acompanha-lo.

_Vai ficar tudo bem... ele sussurrava a cada nova pontada de dor. _Sei que falhei com você de todas as formas possíveis mais não vou falhar novamente nosso filho vai ficar bem.



Cansei de amar você.Onde histórias criam vida. Descubra agora