All estava no canto do quarto da irmã, com as costas dela contra seu tronco, a segurando enquanto ela parecia estar tendo um ataque epilético.
Aquela imagem fazia meu estomago revirar, a figura pálida suja de sangue até no cabelo, cheia de aranhões e alguns cortes, semelhante a um defunto de guerra.
- Mat, você pode se apressar?
Não, obrigado.
O quanto mais longe eu estiver dessa coisa nojenta, melhor.
Ela cheirava a sangue podre e lixo.
- Ok – respondi.
All me olhou feio, ele sabia o que eu estava pensando, mas não disse nada, se limitando a me censurar apenas pelo o olhar.
Dei um passo na direção deles e hesitei.
- Olha, presta atenção... Tem umas coisinhas que eu preciso dizer antes.
Ele não me respondeu.
- Assim... Eu não sei se vou conseguir levar eu e ela, não tenho garantia pra isso, só se... Bom, o sangue dela for quase puro também, se não... Impossível. E tipo, eu vou cair totalmente inconsciente se eu conseguir, vai me desgastar totalmente, então, seria ótimo se você não deixasse jogado no chão de qualquer jeito...
...Perto dela.
- Ok.
- Além disso, não vai ser nada bom se eu conseguir... Já pensou nas consequências? Cara, isso prova que ela é realmente sua irmã e... Boom, né? Vai dar merda. – Falei um pouco agitado -. Mas ok, vamos lá – emendei.
Suspirei e cheguei perto dele, ajoelhando enquanto tentava achar um jeito de segura-la com o mínimo contado possível... Ou pelo menos evitando de tocar as partes mais sujas e nojentas.
- Mat se apresse.
- Tá.
A peguei no colo e levantei de mal jeito, quase tropeçando para trás.
A pele dela estava gelada e um pouco pegajosa, com a de um sapo. E seu corpo estava mole, sem vontade, quase como se estivesse desmaiada, talvez estivesse, mas se eu pudesse apostar ela estava apenas sofrendo demais para conseguir fazer alguma coisa além de manter seus olhos fechados.
All ainda me olhava torto, babaca.
Merda.
Fechei os olhos e tentei controlar minha respiração, me concentrando no lugar onde eu precisava ir.
Meu quarto.
Mal pude sentir o piso mudar sob meus pés antes de cair sobre a garota, com a minha visão escurecendo aos poucos enquanto meu corpo parecia se tornar uma pedra de gelo.
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Descendentes
VampireO normal sempre pareceu o bastante para Caroline. Ela nunca se viu sonhando em nada além de sair daquela merda de escola e ser finalmente independente. Não havia necessidade de fantasias quando sua própria vida parecia ter saído de um filme dramátic...