O Que Você É ? Anjo Ou Demônio ?

Nao Derrame Nenhuma Lágrima

Minha rotina sempre era a mesma, o que me fazia viver no piloto automático,eu não detestava,nein odiava,eu simplesmente sobrevivia aquele cotidiano idiota...

Assim que acordava minha primeira visão era o teto branco de meu quarto, ainda sim com as vistas embaçadas pela luz do sol,levantava, tomava um banho, me vestia e colocava em meu pescoço um colar de lâmina que estava sempre comigo.

E ia para escola pela parte da manhã,nunca tive muitos amigos, ficava sozinha desenhando os monstros que havia dentro mim.

Lá pelas 9:30 bate o sinal para o intervalo, eu desço as escadas com um fone e meu caderno de desenho.

E lá estavam os 5 patetas que eram meu tormento,eram mais velhos do que eu,chegaram atrás de mim me empurrando com tamanha força e brutalidade  que cai no chão,fazendo com que minha meia rasgue na parte do joelho e o machucando.

- Ta desequilibrada esquisita ?

Eles falam alto zombando de mim.
Abaixo a cabeça escutando os deboches.

Quando estava ao ponto de desabar que minhas primeiras lágrimas cairiam  em meu rosto...Ele chega, tinha cabelos escuros ele era tão branco quanto papel ele tinha o mesmo o olhar vazio que o meu, e sim eu podia reconhecer aquele mesmo olhar a distância.

- Não mexam com ela seu bando de idiotas!

O tal menino diz mais alto sem demonstrar medo,com mais autoridade,era evidente a raiva suas veias pulsavam incontrolavelmente, suas mãos iam se fechando em forma de punhos, e eu ficará mais assustada ainda as expressões de medo em meu rosto era notável, eu nem se quer conseguia me mexer ou até dizer algo vendo aquela cena.

- Veio defender a namoradinha esquisita?

Diz um dos babacas debochando
Enquanto eu ouvia aquilo ficava vermelha e mais paralisada ainda, foi quando ele, meu "defensor" acertou-lhe um soco na boca, fazendo-o cair no chão,o que fez o covarde se levantar rapidamente para fugir com os demais.

Ele estava de costas para mim, ia abrindo as mãos aos poucos respirando fundo as veias iam parando de saltar tanto,eu olhava para ele e pensava:

- Quem será ele

Até ouvir uma voz meiga baixa e até um pouco roca perto de mim

- Está tudo bem com você ?

De imediato olho para ele e estava ali bem de frente para  mim tão perto de meu rosto,que podia sentir sua respiração na minha pele,um ar um pouco quente,fico quieta ao ouvir a pergunta,encosto na parede abraçando meus joelhos, conscenti cm a cabeça dizendo que sim,viro o rosto pro outro lado encostando minha cabeça no meu joelho deixando umas lágrimas escaparem, mas logo as limpo.

Ele me olha de um jeito doce e entendendo que quero ficar sozinha então sai de perto de mim e volta pra sala ao escutar o sinal.

Depois de um tempo me levanto pego meu fone e meu caderno de desenhos espero todos subirem, mais não vou para sala de aula pois sei que praticamente sou invisível e ninguém daria falta.

Desci antes que me vissem fui para quadra da escola onde as vezes fazíamos aula de educação física me sentei em um cantinho deixando aquele imenso espaço vazio da quadra, ali estava eu, sentada chorando com pensamentos que transformava minha cabeça em uma completa guerra e desordem, dentro de mim o mundo acabava ocorria uma guerra que eu estava prestes a perder.

Passei a mão na lâmina que carregava em meu pescoço, e disse a mim mesma com uma voz baixa, soluçando de tanto chorar...

- Só mais alguns não vão fazer diferença,já não doem...

Arranco a lâmina do colar em meu pescoço a seguro com força a levando em meu braço que já havia diversas marcas.

A cada pensamento de desespero, a cada voz de eu não aguento mais, a cada lágrima que percorria meu rosto...Era um corte sem sentir "dor", e depois de alguns minutos, me via ali sentada vendo as lágrimas cair em meio ao sangue. Mas eu não era a única vendo aquilo, pois eu havia escutado um barulho de paços guardei rapidamente a lâmina dentro do meu caderno,abaixei a manga da blusa, esperando pra ver se iria aparecer alguém.

Há essas horas eu já elaborava uma boa desculpa.

Foi quando ele apareceu novamente meu "defensor" o vi rapidamente pois já estava na expectativa de alguém entrar por causa dos barulhos,ele demorou para me ver eu estava no cantinho a joelhada no chão, veio até mim eu abaixei a cabeça,ele me olhou preocupado pegou em meu braço cortado com força e disse:

- Ei o que aconteceu ?Por que choras ? Perguntar se você está bem é burrice...Quando está tão evidente que não!

O olhei com cara de dor e choro, foi quando ele olhou meu braço e a manga estavam cobertas de sangue

- Por favor não conte a ninguém...

Digo com a voz baixa e roca,Eu lhe lancei um olhar, tão doce  que ele mal conseguia me encarar

- Tudo bem,fique calma.

Ele me diz levantando a manga da minha blusa e olhando os cortes,me surpreendi quando ele  sorri para mim me deixando vermelha e desconfortável.

- Eu faço também,não vou te dedurar, mais me diz por que fez isso ?

Fico quieta e abaixo a cabeça

- Não vai dizer ?

Diz ele insistindo
Então ele me abraça forte de uma maneira que mal podia me mexer, embora me sentisse desconfortável com a situação me senti protegida por um momento, conseguia sentir o calor de seu corpo, até mesmo ouvir sua respiração, coloco minhas mãos em seu corpo empurrando-o de leve pra me soltar, viro o rosto olhando para o lado, ele passa a mão em meu rosto limpando as lágrimas.

- Meu nome é Lorenzo e o seu ?

- Annalice

Digo tímida o olhando de canto de olho, ele sorri e diz de uma maneira que pude perceber o quanto ele era amigável:

-Se quiser posso cuidar de você basta você dei...

O corto e digo de uma maneira rústica:

-Não preciso da sua ajuda!

Levanto deixando meu caderno e o fone,saio correndo,de longe pude ver que ele faz uma expressão que expressa estar um pouco triste,olha pro lado e acha meu caderno,senta e fica olhando os desenhos.

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Autora:Priscila Guimarães

Editora:Larissa Pereira