O Que Você É ? Anjo Ou Demônio ?

Kiara

- Diz o que foi ? A-Aconteceu algo ?

- Eu tenho que ir embora.

Digo olhando pra ele, com medo de sua reação.

- Como assim tem que ir embora ? Eu achei que tinha gostado da noite passada...O que aconteceu ?

- Eu gostei...Foi a melhor coisa que aconteceu comigo, mas, entenda eu preciso ir, minha suspensão é só até hoje, amanhã já volta minhas aulas .

Eu não queria te deixar sozinho...
Podia sentir sua raiva e seu medo de abandono, quando o olhará tímida, de canto de olho.

"Mas Ninguém é falso pra aceitar,
E nem perfeito pra entender..."

Ele deu as costas para mim e se isolou, em um canto sentado sobre aquela pedra fria e molhada que havia perto daquela cachoeira imensa.

Entrei na cabana se despedindo de tudo ali, pois, iria guarda lembranças maravilhosas de lá, arrumei minhas coisas rapidamente, escrevi um bilhete para Lorenzo já que certamente... Não iria querer me ver.

"Sinto muito não poder ficar não escolhemos
Mais saiba que não está sozinho e nunca vai
Estar só peço que se cuide e não faça nenhuma
Besteira, quando quiser sabe onde me achar."

Annalice.

Andei durante um tempo, até chegar em casa eu estava exausta, não apenas fisicamente, mas também emocionalmente, pensava em como eu deixei sozinho meu "defensor", ele cuida de mim eu não deveria fazer mesmo ?

Eu ficará pensando e me perguntando, ainda sim com a única certeza de que não somos de ferro, apesar das vezes precisarmos ser.

Enfim cheguei em casa, como sempre minha mãe não estava, por um segundo me preocupei de não acha lá, mas, logo a preocupação virou alívio.

Subi para meu quarto, me joguei na cama em questões de segundos, senti meu corpo afundar sobre as espumas do coxão de tamanho cansaço sobre os ombros, embora todo meu corpo estava dolorido, em parte tinha sido consequência da noite passada, não apenas do cansaço.

Levantei tirei a roupa e tomei um banho longo, mas logo em seguida fui dormir, pois como a causa do afastamento de mim e Lorenzo eu tinha de ir a escola.

Manhã seguinte fiz o mesmo que fazia toda manhã patética, estava tudo como de costume, até eu entrar na sala e ver meu lugar preenchido por uma menina.

Que apesar de me deixar brava por dentro, por sua folga de pegar meu lugar, também por fora havia me deixado de boca aberta e impressionada com tamanha beleza que a garota tinha, mas bonecas de porcelana nunca me impressionaram o suficiente.

Joguei minha mochila em cima da mesa, e disse em um tom baixo mas demonstrando irritação.

- Sai do meu lugar agora!

E de imediato ela me olhou de relance, grandes e expressivos olhos castanhos, bem claros cor de mel que transbordavam inocência, cheguei até pensar que ela seria mais criança tímida e mais doce que eu, mas de um modo diferente como se não tivesse dentro de si.

Um lugar escuro e vazio que precisava ser preenchido, mas não podia.

Ela se levantou sentando em uma carteira ao meu lado, e disse um pouco tímida, porém doce.

- Qual é o seu nome ?

Penso um pouco surpresa, pois não podia acreditar que apesar de eu ter expulsado a garota com brutalidade ela ainda sim se dirigia a mim.