HANEUL

Piadas desagradáveis (Parte 2)

'' É incrível! Entre mil pessoas, somente dez vão tentar reconhecer os seus esforços e objetivos.

25.11.2016 — Haneul''

O seu corpo tremia, e os seus olhos brilhavam por causa das lágrimas que insistiam em cair. O seu rosto deixava o desespero transparecido e, a sua respiração, era descompensada.

Os braços estavam em volta do corpo e, uma das mãos, tampava o rasgo em seu casaco de inverno.

Ela estava assustada.

— Querida? Aconteceu algo? —Era o pai dela, evidentemente preocupado com o estado da filha.

— Não! Quer dizer, sim! — Ela já não era mais capaz de segurar as lágrimas.

— O que aconteceu?

— Eu rasguei o casaco. — Ela mostrava ao pai o rasgo que havia sido feito ha minutos atrás.

— Você está chorando por causa disso, Seo?

— Me desculpe, eu realmente não tinha intenção. — Agora ela chorava com mais desespero.

Aquilo era estranho.

— Acalme-se, Seolyn. É apenas um casaco. Está tudo bem, nós podemos comprar outro, sim?

— Eu quero ir embora daqui. Por favor, vamos embora. — Ela pedia desesperadamente, deixando bem claro que não gostaria de ficar nem mais um segundo por lá.

— Mas, o festival acabou de começar.

— Eu não estou me sentindo bem, pai. Eu poderia ir pra casa sozinha?

Jihoon observava aquela cena com curiosidade. O que poderia ter acontecido?

Ao notar olhos pesados encima de si, Seolyn rapidamente olhou para Jihoon, que não desviou o seu olhar da garota em nenhum momento.

Ele estava intrigado

— Claro, eu vou pegar as chaves para você e avisar a sua mãe. Espere aqui, ok?

Jihoon não parava de encarar a garota, que parecia ficar cada vez mais desesperada com aquele olhar Era como se ele fosse capaz de ler os pensamentos dela apenas por olhar em seus olhos.

— Toc toc.

Jihoon se assustou com o barulho.

— Eu trouxe sorvete. — Era Soonyoung, que trazia consigo dois potinhos com sorvete, que pela cor, Jihoon julgava ser de morango.

— Mas, está frio. — O menor disse baixinho.

— Isso é besteira. A melhor estação para se tomar sorvete, é o inverno.

Jihoon sorriu minimamente para o mais velho, que se empolgou ao ver aquele pequeno sorrisinho.

— Você está sorrindo. — Ele perguntou enquanto encostava o indicador nas bochechas fofinhas de Jihoon.

— Ei, pare. —Ele disse afastando as mãos do mais velho para longe de sua face. — Eu preciso te dizer algo. — O mais novo disse puxando uma cadeira para que Soonyoung se sentasse ao seu lado.

— Pode dizer. — O mais velho respondeu enquanto se sentava.

— Me desculpe por hoje.

— O que? Eu não ouvi direito, você pode repetir? — Soonyoung disse fazendo uma concha com a mão no ouvido, para que pudesse ouvir melhor as palavras do mais novo.

Jihoon suspirou, começando a perder a paciência com as gracinhas do namorado.

— Me desculpe por hoje.

— E o que mais?

— Me desculpe por ter sido infantil e não ter entendido o seu lado. Satisfeito?

— Agora sim.

Soonyoung arrastou a cadeira para mais perto de Jihoon, para que pudesse abraçar o menor com mais facilidade, que em momento algum negou aquela troca de afeto.. Afinal, ele estava com saudades daquilo. Ficar algumas horinhas sem trocar qualquer tipo de contato físico com era frustrante.

Jihoon rapidamente apoiou a cabeça no peito do mais velho, que começou afazer um leve carinho nos fios rosados de Jihoon.

— No que você estava pensando? — O maior perguntou.

— Em nada.

— Você se assustou quando eu cheguei. Você estava pensando em alguma coisa. Pode dizer.

— Não era nada demais. Coisas do clube.

— Entendo. Você não vai ir almoçar?

— Você me trouxe sorvete. Eu não preciso de almoço.

Os dois sorriram e aproveitaram aquele tempo para ficarem juntos.

Não teria problema se passassem aquele intervalo juntos na sala de música.

— H A N E U L —

— Jisoo? — Hansol entrou no vestiário em busca do outro americano. — Jisoo?! — Agora, ele gritava. — Hong Jisoo?!

— Sim? — Era ele, encostado na porta de uma das cabines do chuveiro.

—Ninguém pode saber! — Hansol dizia assustado.

— Porque a preocupação? Você não tem culpa de nada. — Ele parecia calmo. — Você deveria ter medo se tivesse feito algo para ele. Você fez?

— Esse é o problema. Eu não fiz nada! Eu só assisti aquilo sem ter feito nada.

— Você fez isso pela segunda vez, Hansol. Os trogloditas do time de futebol eu até entendo serem um bando de gente amargurada que só quer ver a queda dos outros. Mas, você? O que você estava fazendo lá?

— Eu não sabia o que fazer. Eu juro que queria interromper eles, mas eu realmente não sabia o que fazer.

— Se eu não tivesse aparecido, só deus sabe o que poderia ter acontecido com o Haneul. Se a sua preocupação é manter a sua imagem limpa para o Seunkwan, fique tranqüilo, eu não vou contar nada para ninguém. Porém, uma hora as coisas começam a aparecer. Então, comece a se preparar, Hansol. Mais cedo ou mais tarde, o Seungkwan ficará sabendo. Essa já é a segunda vez que você falha com o Haneul e permite que ele vire motivos de piada. Você tem noção de como o Wonwoo ficou ao ver ele naquele estado? Por pouco ele não vai atrás de você e daqueles imbecis para esmurra todos vocês.

Jisoo não disse mais nada, apenas saiu do vestiário deixando um Hansol completamente transtornado para trás.

Hansol afastou todo aquele pensamento de sua cabeça quando viu Seungkwan se aproximando com um sorriso no rosto.

Vernon se julgava ser tão sortudo por ter o menor por perto. Ele não merecia aquele raio sol, que era capaz de alegrá-lo até nos dias mais escuros. Ele amava cada coisa em Seungkwan, sejam elas grandes, ou pequenas.

Porém, ele se julgava ser uma das piores pessoas no mundo. Ele tinha grande parcela de culpa naquela história.