'' Eu nunca entendi o porquê das pessoas escreverem cartas de despedidas, mas, eu preciso seguir o roteiro da vida. Escreverei as minhas cartas.
— Haneul''
Haneul chegou em casa e correu direto para o seu quarto. Para a sua sorte, a sua mãe estava na praia junto com alguns habitantes da cidade para organizarem as coisas para o festival de outono.
Após receber o pacote com os remédios, ele estava determinado a colocar um ponto final em tudo aquilo.
Mas, antes de se dopar ao ponto de ter uma overdose, Haneul decidiu que era melhor escrever cartas para a sua mãe, para o seu pai, para Wonwoo e a família dele.
Ele não sabia exatamente o que estava o motivando daquela forma. Não sabia de onde tirou toda aquela coragem para fazer o que estava planejando.
Haneul se sentia no modo automático, como se não fosse capaz de pensar em nada. Ele sentia que a sua mente estava programada para seguir um roteiro, que ele admitiu para si mesmo que não tinha participação direta naquela decisão.
Aquilo estava mais para um homicídio do que suicídio, mas, de qualquer forma, a decisão final era dele.
Embora ele pudesse fazer uma lista com o nome de todos os responsáveis indiretos, ele sabia que no final, a culpa cairia sobre ele, afinal, todos fugiriam da responsabilidade. Ele acreditava no potencial de seus colegas de escola para fugirem da culpa. Haneulm sabia que eles fariam isso, afinal, eles eram sempre assim. Todos eram inconsequentes.
Haneul sentou-se sobre a cadeira giratória, retirou o seu diário de capa vermelha de dentro da gaveta, arrancou uma folha, e decidiu começar a escrever para a sua mãe.
— H A N E U L —
Ao chegar na quadra de vólei, Hansol procurou por Seungkwan, que não demorou muito para ser encontrado.
Ele estava na arquibancada, com os cotovelos apoiados nas pernas e com o rosto levemente vermelho redirecionado para o chão. Ele encarava a superfície como se ela fosse capaz de responder as suas perguntas internas.
Hansol podia não ser um especialista em Boo Seungkwan, mas o conhecia bastante para saber que algo de errado havia acontecido, e que isso estava o massacrando por dentro.
Hansol se aproximou e sentou-se ao lado do menor antes de perceber que os seus olhos estavam vermelhos e brilhantes.
Ele tinha chorado antes de comparecer para aquele encontro dos dois.
Seungkwan levantou a cabeça, olhou nos olhos do maior e, logo, Vernon soube do que Seungkwan precisava. Na verdade, ele sempre sabia.
Ele sempre soube quando o menor precisava de si, e tudo isso era nítido no olhar de Seungkwan. Naquele momento, tudo o que o menor implorava, era por um abraço e um beijinho no topo da cabeça que significava: Eu estou aqui e, tudo, absolutamente tudo ficará bem. Você sabe que pode confiar em mim, não sabe? Eu vou te proteger do mundo, Seungkwan.
— O que aconteceu? — O mais novo perguntou enquanto fazia um leve carinho nos fios castanho e hidratados de Seungkwan.
— Você me acha um oportunista? — O menor perguntou. — Ou, sei lá, forçado. Uma pessoa oportunista, forçada, metida, esnobe... gordo. — Sussurrou a última palavra, e Vernon sabia que de todas, aquela era a que mais machucava.
— O que? — Hansol perguntou indignado. Aquilo era sério? Qual era o problema dele em dizer aquelas palavras tão baixas que não se encaixavam nem um pouco no menor.— Boo Seungkwan, de onde você tirou isso? Você está enlouquecendo?
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HANEUL
FanfictionUma declaração mal sucedida causa um grande incidente em uma pequena cidadezinha do interior da Coreia. Enquanto a Polícia, o juiz e todos os outros habitantes da cidade acreditavam que suicídio era a única explicação plausível para a morte daquele...