HANEUL

O novo amigo e Wonwoo

'' Embora Jeon Wonwoo não fosse capaz de fazer nada, ele continuou sendo um ótimo amigo.

— Haneul''

Para a alegria de Wonwoo, mais um dia de aula havia terminado. Ele contava os segundos para que as horas dentro daquele lugar passassem rápido, afinal, era bem sufocante ter que ficar naquele ambiente com pessoas que ele não suportava olhar a face.

Era um pouco difícil para Wonwoo ter que lidar com a realidade, principalmente quando Mingyu fazia parte dela.

O motivo? Mingyu estava se aproximando de si, e Wonwoo gostava tanto daquela aproximação, que ele nem percebeu que Mingyu o esperava todos os dias na porta da escola pra irem embora juntos.

O porquê dessa realidade ser difícil de lidar?

Alguns alunos comentavam sobre isso e, embora Wonwoo tentasse dar um total de zero importância para as fofocas dos seus colegas de escola, para ele, era algo muito difícil de se fazer. Ter que lidar com mais foco encima de si era muito frustrante, pois Wonwoo nunca desejou ser o foco de conversas, ele sempre gostou da ideia de ser notado apenas pelos seus amigos.

Porém, para Mingyu, o que realmente importava, era o fato de ambos estarem juntos e se sentindo bem, mesmo que Wonwoo fosse a personificação do silêncio.

Mingyu já não se sentia tão sufocado pelos mistérios dentro da escola, enquanto ele estivesse ao lado de Wonwoo, ele sabia que as coisas iriam se clarear aos poucos.

Era algo difícil de se explicar, porém, era como se Mingyu fosse capaz de transmitir algum tipo de paz para o mais velho e vice-versa. Wonwoo adorava a companhia de Mingyu, porque ele o respeitava e não invadia o seu espaço. Mingyu adorava a companhia de Wonwoo, pois ele era o único que não escondia as coisas de si e não era chato ou entediante nos momentos em que estivesse calado.

Naquele dia, ambos apenas caminharam enquanto aproveitavam o som que as folhas da árvore faziam quando o vento se chocava contra elas.

Era relaxante para os dois, não existia desconforto enquanto estivessem juntos.

— Eu acho que vai chover. — Mingyu comentou enquanto observava as nuvens escuras no céu.

— Estou surpreso por não ter começado. Já era para estar garoando.— O menor comentou.

— Deveríamos ir mais rápido? — Mingyu perguntou.

— É só chuva, Mingyu. Não tem problema se nos molharmos um pouquinho.

— É, você tem razão.

— H A N E U L —

Jisoo e Jihoon estavam sentados um de frente para o outro. Não existia diálogo, apenas olhares. Ambos criavam o seu próprio diálogo através de seus olhos, afinal, as paredes tinham ouvido, e enquanto o corredor não estivesse no seu mais absoluto silêncio, eles não trocariam uma palavra sequer.

O mais velho suspirou, e logo ditou suas palavras que estavam presas em dua garganta.

— Faz sentido. Eu sempre acredite. Embora o Jeonghan achasse que tudo não passava de uma fantasia criada pelas nossas mentes de luto, eu sempre acreditei em você, principalmente no dia em que o Haneul me revelou aquilo durante o teste para entrar no time.

— Muita coisa se encaixa, Joshua. Na verdade, tudo se encaixa.

— O Wonwoo já sabe disso?

— Ele sabe, mas não quer acreditar. — Jihoon suspirou. — Ele é como o Jeonghan, acha que eu estou criando fatos e acontecimentos para confortá-lo. Além disso, ele disse que o Haneul deixou uma carta de despedida, por isso que a nossa teoria não faz o menor sentido.

— Uma carta?

— Sim. Uma para ele e para a mãe dele.

— E o que diz nessa carta?

— Ele nunca leu, Jisoo. A mãe do Haneul disse que era de despedida.

— Nunca pensaram em reabrir o caso?

— Com que base de provas?

— Elas não são claras?

— O que eu vi e o que você ouviu, não valem como provas.

— E se a gente fizesse uma pressão?

— Uma pressão?

— É, Jihoon. Uma pressão. É só a gente deixar claro o que sabemos.

Jihoon nunca foi o tipo de pessoa que confrontava os outros afim de obter alguma verdade, por isso, ele topou a idéia de criar pressões encima dos aluno para que algumas verdades fossem obtidas. Jisoo sempre teve sede de justiça, e sempre quis fazer justiça por Haneul.

Se ele conseguisse obter mais alguma informação com os envolvimentos de algumas pessoas na morte do garoto, talvez o caso fosse reaberto, e o real culpado pagaria dia após dia pela morte de uma pessoa inocente que nunca fez mal para ninguém.

— Eu vi a Seolyn no túmulo dele. — Jisoo comentou.

— Ela não engana ninguém, Joshua.