— Você pode começar a se redimir contando toda a verdade para o Seungkwan, Vernon. — Uma voz disse.
Hansol levantou a cabeça para ver quem era e, na mesma hora, ele jurou que teria um ataque cardíaco.
— O- o que você está fazendo aqui? — Vernon perguntou assustado e tombando para trás.
— Todo cemitério precisa de um coveiro, e o coveiro da cidade é o meu pai. — Jisoo respondeu com a sua serenidade costumeira.
— Mas, se o coveiro é o seu pai, porque você está aqui? — Hansol perguntou confuso.
— Um filho não pode visitar o seu pai no trabalho? — Joshua perguntou sério?
— Não foi isso que eu quis dizer, é que...
Jisoo começou a rir, o que fez com que Hnasol o olhasse confuso.
— Eu só estava brincando, Vernon. Por causa do cancelamento do treino, eu vim fazer alguns favores para o meu pai. Ele pediu para que eu trouxesse um casaco e um guarda-chuva para ele. Não se sabe por quanto tempo essa chuva permanecerá. — Jisoo explicou. — Você quer entrar um pouco? Eu acho que precisamos conversar.
— Tudo bem. — O mais novo respondeu enquanto soltava todo o ar que estava preso em seus pulmões.
Jisoo estendeu a mão para ajudar o outro a se levantar e, sem seguida, os dois começaram a caminhar em busca de algum lugar coberto.
— H A N E U L —
— A chuva amenizou. Acho melhor eu ir embora. — Mingyu disse com um nervosismo notável em sua fala e gestos.
Mingyu não era daquele jeito, e Wonwoo sentia uma tensão emanar pelo corpo dele. Com toda a certeza do mundo, havia algo de errado.
Alguns minutos atrás, Mingyu parecia tranquilo e relaxado, só um pouco tímido por ter acabado de conhecer os pais de Wonwoo, porém, o seu comportamento era o mesmo de todos os dias. Aquilo realmente era incomum.
— Está tudo bem com você? — Wonwoo perguntou confuso.
— Está. Meus pais não sabem que eu estou aqui, eu tenho medo deles chegarem e ficarem preocupados. Eu nem tenho como avisá-los que estou aqui já que o sinal não está funcionando muito bem.
— Entendi. — Wonwoo respondeu e, no mesmo instante, ele começou a olhar em volta para saber o que tinha acontecido de errado naquele momento em que Mingyu esteve sozinho. Quando os seus olhos chegaram à escrivaninha, Wonwoo focou na carta de Haneul. Imediatamente, o olhar de Wonwoo voltou para o de Mingyu, e ele percebeu que o maior estava tenso. — Eu posso te emprestar um guarda-chuva, e amanhã você me devolve ele na escola, ok?
— Ok. — Mingyu respondeu enquanto secava as mãos na calça. Ele suava frio.
Antes que eles pudessem sair, os celulares de ambos tocaram, indicando que uma nova mensagem havia chegado.
— H A N E U L —
As duas garotas caminhavam lado a lado. A menor estava bem aflita e com medo, enquanto a maior parecia bem nervosa e irritada.
Quando elas se aproximaram do primeiro banheiro do corredor, a maior abriu a porta e empurrou a outra com brutalidade para dentro do banheiro, que em seguida, acabou tendo as costas e cabeças chocadas contra a parede. Em seguida, um tapa certeiro foi de encontro com o rosto da menor, e naquele momento, ela soube que as palavras ameaçadoras viriam.
— Desfaça isso! — A maior ordenou.
— Como eu vou desfazer algo que eu não comecei? — A garota respondeu enquanto alisava a bochecha que ardia por causa do tapa.
— Não sei, se vire. Era para tudo isso ter acabado há muito tempo. Ou você resolve essa situação, ou a próxima será você. — Após dizer aquelas palavras, a garota saiu do banheiro como se nada tivesse acontecido.
— H A N E U L —
Joshua e Vernon concordaram em se abrigar no toldo de uma floricultura que estava fechada, afinal, eles precisavam de privacidade para conversarem.
— Porque você disse aquilo? — Hanso perguntou sobre o episódio de mais cedo.
— O que eu disse? — Jisoo perguntou confuso.
— Sobre contar a verdade para o Seungkwan.
— Você não ficou sabendo?
— Sabendo do que? Aconteceu alguma coisa? — Vernon perguntou sério e preocupado.
Rapidamente, Jisoo retirou o celular do bolso, abriu o aplicativo de mensagens e começou a procurar algo pelas mídias. Ao encontrar uma foto, ele ampliou e entregou o celular para que Vernon pudesse ver.
O mais novo observou aquela imagem e, a ada segundo que passava, mais o seu coração se apertava.
— O que é isso? — Hansol perguntou?
— Estávamos saindo da escola, quando passamos em frente ao armário dele, essas coisas estavam escritas.
— Já sabem quem foi?
— Não, não sabemos. Porém, eu sugiro que você comece a contar as coisas para o Seungkwan. — O maior disse enquanto guardava o celular no bolso. — Eu tenho um leve pressentimento de que as coisas vão começar a aparecer aos poucos, e eu aposto que muita gente sairá prejudicado nessa história.
— Eu preciso ir. — Hansol disse enquanto se levantava. — Eu realmente não estava sabendo disso, obrigado por me informar. — O mais novo agradeceu e, em seguida, ele começou a caminhas em direção a saída do cemitério.
— H A N E U L —
Os dois adolescentes tiraram os celulares do bolso e, quando se deram conta, eles perceberam que tinham acabado de receber a mesma mensagem.
Era uma foto do armário de Haneul, e nele tinha uma pichação que dizia:
''Eu poderia listar o nome de todas as pessoas que tiveram envolvimento direto com a morte do Haneul''.
—Wonwoo, eu preciso ir embora de verdade. — O maior disse ainda mais aflito.
O que Wonwoo e Mingyu não sabiam, era que naquela altura, aquela foto já estava espalhada entre todos os alunos da escola.
Imediatamente, o mais velho acompanhou Mingyu até a porta e, após se despedirem, o mais novo decidiu fazer uma ligação no caminho de volta para casa.
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HANEUL
FanficUma declaração mal sucedida causa um grande incidente em uma pequena cidadezinha do interior da Coreia. Enquanto a Polícia, o juiz e todos os outros habitantes da cidade acreditavam que suicídio era a única explicação plausível para a morte daquele...