/ 18 / fazer o hoje

224 22 92
                                    

Katya acabara voltando para casa de seus pais novamente. Patricia a recebeu com braços abertos acolhendo a dor que Katya estava sentindo no momento. Ela não falaria nada com sua filha, não agora. Sabia o quão delicada estava Katya nesse momento. Apenas acomodou-a em sua cama e em seus braços. Katya sentia-se vazia novamente. As ideias tomaram sua cabeça.

"Para o seu bem".

O que seria o bem da Katya? Fame voltar a atrapalhar a relação? Alaska a fazer alguma coisa? Ela não entendia e quanto mais pensava muito mais doía. Ela sentia-se burra, ingênua e inútil. Novamente ela deixou alguém magoar seu coração depois de persistir tanto, ela deixou que machucassem seu coração.
Os pensamentos a enlouquecia, Brenda se manifestava freneticamente em sua mente.

Você não é boa o suficiente.

Ela se entregara ao choro nos braços de sua mãe e com tempo pegou no sono.

Patricia quando notara que Katya estava dormindo ela se apressou para saber o que estava acontecendo. Katya chegou sem avisar, sem dizer, apenas soluçava algumas palavras incompreensíveis. Patricia deduziu, era mãe, mas ela precisava saber o porquê, o porquê Katya chorava tanto.

Desceu as escadas de sua cabeça e caminhou ao seu telefone, preso na parede. Discou o número de Trixie que havia dado a ela no jantar em família. Pat gostou de Trixie como nunca imaginou gostar de alguma namorada de Katya, por até ela mesmo saber o quanto difícil era de lidar com sua filha. O que encantou Pat foi o fato de que Trixie não fazia muito para fazer bem a Katya. Se as duas estivessem juntas era toda a felicidade de Katya e ela estava feliz Patricia também estava.

O celular chamou muitas vezes, mas Pat persistia. Ela sabia que Trixie não atenderia-na facilmente. Até finalmente ouvir a voz de sua nora abafada no telefone, fungando seu nariz.

- Katya? - parecia haver esperança em sua voz. Talvez ela se arrependera do que tinha feito.

- Não é a Katya. Sou eu, Pat.

- Sim, Patricia...

- Trixie o que houve entre vocês? Katya não consegue me dizer.

O choro descontrolou Trixie. O nome de Katya doeu dentro de seu peito com uma faca atravessando-a.

- Patricia, eu a amo... Eu a amo muito. Mas não posso ficar com ela, não agora.

- Não agora? O que houve? Aquela mulher que agrediu Katya voltou?

- Não. Fame? Não!

- Então me conte, eu estou aqui pra ajudar vocês.

- Eu fui convidada para estar no All Stars 3. E são três meses de gravações.... Junho, Julho e Agosto... Não posso prender Katya a mim a tanto tempo, não posso. Ela é passarinho livre, passarinho livre! - soluçava com a voz totalmente abafada.

- Não entendo. Como assim passarinho livre?

Trixie respirou profundamente. Pat não conhecera tão bem Katya assim? Ou fingia que não via?

- Eu sinto muito senhora McCook. - a ligação foi desligada.

Patricia pensara consigo que talvez essa relação de ambas fosse mais complicada do que parecia. Na verdade, a complicado não era a relação e as circunstâncias das coisas. Mas era também o excesso de sentimento mal resolvido. As duas choravam ao invés de conversarem uma com a outra, de se entenderem, de serem maduras. Trixie jogava toda sujeira por baixo do tapete, ela tampava os olhos com as mãos e Katya não sabia lidar com isso. As duas eram infantis demais para o sentimento.

Meus amigos não me amam como vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora