Capítulo Um

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Quando as enormes portas de vidro do salão principal foram escancaradas, todos os empregados param o que estavam fazendo. Mulheres rechonchuda seguraram fortemente as bandejas de prata, homens de paletó pararam de desenrolar o tapete importado, o jardineiro quase deixou cair belíssimo arranjo que segurava. Todos estáticos, paralisados, a olhar a figura que caminhava tranquilamente pelo piso recém polido.

Com os pés descalços, enlameados até os joelhos, e os cabelos embaraçados e infestados de folhas, a dama mais cobiçada do país sorriu para a equipe, alheia as próprias condições.

- Senhorita Amelie - urrou a governanta, exasperada. - Onde estava? Sua mãe está desesperada a sua procura!

- Oras, Madame Magali, estava nos jardins. Onde mais poderia estar? - Respondeu com um sorriso travesso nos lábios.

A velha governanta suspirou em reprovação, analisando mais uma vez a condição de senhorita.

- O baile, senhorita Amelie, é hoje.

- Não é possível. Mamãe disse que o Baile de outono apenas aconteceria quando os barcos aportassem.

- Eles de fato aportaram, nessa manhã, enquanto a senhorita rolava na lama. - Uma máscara de nojo tomou a face da governanta. - Agora, Amelie, já para o banho. Suas roupas estão destruídas e seu cabelo... Que Deus nos acuda!

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