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O jantar foi silencioso, apenas até a hora da sobremesa, quando Adélia saiu da mesa.
_ Então, o que vocês fizeram hoje?- pergunta meu pai.
_ Andamos a cavalo- diz Felipe.
_ E demos um mergulho na cachoeira- digo animada.
_ Mas lá é perigoso!- repreende meu pai.
_ Não é pra tanto, afinal, lá é bem razinho e a água é tão transparente que dá pra ver tudo embaixo d'água- explico.
Logo Adélia vem e serve a sobremesa.
_ Salada de Frutas, com leite condensado- diz Adélia- espero que gostem.
_ Parece estar uma delicia- digo olhando.
_ Obrigada meu anjo- ela sorri.
_ Está uma delicia!- meu pai diz pegando uma fruta com a própria mão, nós rimos.
_ Tem morangos? Eu nunca comi salada de frutas com morango!- exclama Felipe.
_ Sério? Eu sempre comi salada de frutas com morango lá em Nova Iorque- digo me servindo.
_ Brasil e Estados Unidos são países totalmente diferentes- diz Adélia- já fiz intercambio lá, quando Felipe tinha 2 anos, por isso ele sabe falar inglês, ficou por um ano em uma escolinha de lá.
_ Que legal- digo sorrindo.
_ Então sirvam-se, anda!- ela diz.
Eu termino de comer e subo as escadas para dormir.
_ Ei Whitney- Felipe para na porta- o que sua mãe falou com você?
Engulo um seco, acho que não deveria contar a ele.
_ Que ela não iria tomar o lugar da minha mãe e tals- digo falsa- coisa que eu já sabia- sorrio.
_ Isso está soando falso- diz se aproximando- mas é bem a cara da minha mãe falar isso, mas quero que saiba que se ela falou isso não é por falar- ele suspira- minha mãe teve várias madrastas ao longo da vida e nenhuma delas a tratou com carinho, nenhuma delas parou para explicar quem era e o que estava fazendo ali... Ela só quer que você nunca esqueça que sua mãe de sangue,  é muito especial, mas ela também quer ser especial em sua vida- ele sorri.
_ Obrigada- disse deixando uma lágrima cair- ela não me disse, nada disso.- confesso.
_ o que ela te disse então?
_ Coisa besta, só conversar- sorrio.
_ Ah tá- ele diz "entendido"- mas então porque tinha que ser a sós?
_ ela me contou uns segredinhos- dou uma gargalhada- estou com sono- bocejo.
_ Dorme- ele diz simples.
Eu me jogo na cama puxando o edredom e ele fica olhando a janela.
_ Deita aqui comigo?- peço- eu sempre fico com medo dessa janela- sussurro passando a mão no vidro.
Ele ri, mas se deita e faz carinho em meu cabelo.

Ele deita e eu encosto a cabeça em seu ombro e do nada escuto a porta bater por causa do vento e abraço ele

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Ele deita e eu encosto a cabeça em seu ombro e do nada escuto a porta bater por causa do vento e abraço ele.
_ Estou com medo- sussurro.
_ Medrosinha- ele ri.
Ele me aconchega e nos embrulha me abraçando.
_ eu estou aqui- me lembra.
Eu volto a dormir. De manhã cedo ele não está mais na minha cama. Eu me levanto e vou a mala, pego uma rasteirinha e um vestido flórido já que hoje vamos embora, jogo tudo que precisa dentro da mala e levo ela pro andar de baixo.
_ Filha não esqueceu nada no quarto né?- pergunta Adélia.
_ Não, tá tudo dentro da mochila, menos o que veio com a casa é obvio!
Logo o meu pai e o Felipe descem as escadas.
_ Diego ajuda aqui- diz pegando as malas da Adélia.
Meu pai vai em direção a ele e pega uma das malas.
_ Adélia você tem mais alguma coisa aqui?- pergunto.
_ Sim, você pode pegar meus produtinhos lá no banheiro por favor? E se não conseguir pede para seu pai e seu irmão pegarem lá pra você.
_ Ok- respondo simples.
Vou pro banheiro que estava trancado e procuro a chave que estava dentro de um vasinho de flores encostado na parede. Abro o banheiro e não tem nenhum produto, quando olho pra pia...

Meu coração bate rápido em meu peito, onde ela comprou isso se a gente está em uma fazenda longe da cidade

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Meu coração bate rápido em meu peito, onde ela comprou isso se a gente está em uma fazenda longe da cidade.
Dou meia volta e corro pra onde está o Lipe e o meu pai e no caminho passo na cozinha pulando igual uma cabrita velha.
_ É né mãe, tem muuuuuuuiiiittoooosss produtinhos no banheiro, eu não consegui pegar tudo- ela ri olhando pra mim- PAI, GERINGONÇA VELHA, VEM CÁ!- grito.
Logo os dois vem correndo.
_ Pega os produtinhos da Adélia lá no banheiro- peço.
Eles correm pro banheiro e depois eu e a mãe ficamos esperando.
_ FILHA, CÊ TÁ GRÁVIDA?- grita meu pai e eu dou gargalhada.
_ Não Pai!- grito de volta.
Nós duas escutamos alguns murmuros e começamos a rir igual aquelas hienas do Rei Leão.
Meu pai e meu irmão param pasmos na sala.
_ Você tá grávida- os dois perguntam pra Adélia.
_ Sim!- ela responde.

 Ela e o meu pai se abraçam e o Felipe vem até mim e me abraça de lado.

_ Vamos ter um irmão- ele sorri.

_ Verdade- digo sorrindo- que legal.

 Depois todos nos arrumamos e fomos embora.

Irmãos RepentinamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora