"Em uma pequena cidade da Carolina do Norte ... "
A música tocou de repente, e surpreendeu a Vamp que estava se deslocando mais distante ainda dos Sephts com a desculpa de ler um pouco. A melodia estava fixada em sua memória. Ela conhecia. Era uma das suas favoritas.
Virou-se e viu um Sepht tocando no violão. Sua voz não se igualava ao compositor original, mas era firme, triste, e encantadora. Não queria que ele percebesse que estava ouvindo e lhe fitando, então foi até o espaço onde estavam os livros. Pegou um livro qualquer da prateleira para ler e se sentou rápido. O sofá de dois lugares era confortável, e ela sem querer se jogou sobre ele. Abriu o livro, e fingia ler , com os olhos admirando a figura que tocava e cantava a música como se dedicasse um pedaço da sua alma aquela canção, e deixasse uma parte sua no violão.
" Codplay - Yellow.
Olhe para as estrelas
Veja como elas brilham por você
E por tudo que você faz
Sim, elas eram todas amarelas
Eu vim de longe
Eu escrevi uma canção para você
E para tudo que você faz
E chamava-se "Amarela"
Então eu esperei a minha vez .
Que coisa para se ter feito
E era tudo amarelo
Sua pele Sim, sua pele e ossos Transformaram-se em algo bonito
Você sabe? Você sabe que eu te amo tanto
Você sabe que eu te amo tanto
Eu nadei
Superei barreiras por você
Que coisa a se fazer
Porque você era toda amarela
Eu tracei um limite
Eu tracei um limite por você
Que coisa a se fazer
E era tudo amarelo
Sua pele Sim, sua pele e ossos Transformaram-se em algo bonito.
Você sabe
Por você eu daria todo o meu sangue
Por você eu daria todo o meu sangue
É verdade, veja como elas brilham por você
Veja como elas brilham por você
Veja como elas brilham por você
Veja como elas brilham por você
Veja como elas brilham por você
Veja como elas brilham
Olhe para as estrelas
Veja como elas brilham por você
E por tudo que você faz. "
Quando a música por fim terminou, a atendente que atendeu ela e Lucien foi até Bia com uma bandeja.
-Moça, sua senha já foi apitada dezenas de vezes! Eu trouxe para você, pois não queria deixar esfriar. - Disse ela agitada, pegando a garota desprevenida. Deixou a bandeja na mesa de madeira perto do sofá onde Bia estava.
- Obrigada, desculpe, eu, eu me distraí... - Bia não soube o que dizer, enquanto falava com a humana, seus olhos desviavam para ele.
-Brian ? Sim. Eu sei. Você não é a única fã do meu irmão. - Disse ela contendo o riso de constrangimento da situação entre a garota e ela.
-Não, não é isso. Bem, eu. O que é isso precisamente? - Enquanto tentava explicar que não sentia atração pelo cantor, mas sim pela música, seus olhos encararam um pequeno recipiente com uma coisa marrom na sua bandeja.- Isso é pasta de amendoim. São dois cafés com creme extra, com canela por cima e uma torta de maçã verde. É para dois. - Disse a garota simpática , mas percebeu que a Vamp estava sozinha, e o momento ficou mais constrangedor ainda. Pois sabia que ela estava acompanhada até então, e seu primo se foi com sua colega de trabalho.
-Obrigada. - Agradeceu tentando se mantiver calma, não podia morder em público.
-Bom proveito. Qualquer coisa, só chamar. - Ela Sorriu e se afastou. Um sorriso sincero.O cantor voltou a tocar, mas era outra canção. Bia sentiu-se verdadeiramente sozinha. Geralmente não se sentia tão só, pois tinha seu amigo Frango, mas ali, de canto no café, Conforme ele enchia de pessoas, ela se sentia mais vazia. Seu suposto primo sumiu, e ela estava só. Virou se de frente para uma mesinha próxima aos sofás, e começou a saborear o seu café da manhã. Estava delicioso!
(Nossa, isso é uma delícia! Eu tenho que deixar um pedaço para levar para casa. Frango vai adorar gatinho mimado )Pensou ela contendo sorriso de canto ao pensar no seu único amigo.
Ela deu um gole grande na bebida, mas estava muito quente, e a vampira queimou a ponta da língua. No canto da xícara, aonde ela ainda não tinha bebido, tinha creme e pensou em poupa-lo quando visualizou a outra xícara a sua frente. Abandonada pelo seu suposto "Dono". Estão ignorou, e bebeu seu café com leite e creme. Geralmente ela prefere o preto, mas aquele até estava bom, pois não tinha açúcar. A torta era das grandes, e estava partida na forma. Doze partes. Claro que um humano não conseguiria comer tanto, mas eles eram vampiros. Então aquilo ficava pela metade da sua fome. Serviu em seu pires uma das doze grosas fatias de torta de maçã verde e deu uma garfada. Comeu mais devagar, achando que estava quente. Estava certa. A torta estava morna. O creme de maçã por dentro estava incrível. E a massa por fora bem douradinha. Então quando já estava na metade da torta a música parou de vez.
Não queria, mas seu corpo virou se involuntariamente, e viu o cantor guardar seu violão e partir. Andes de sair, seus olhares cruzaram por um segundo, que mais parecia uma eternidade. Bia não entendeu o porquê ele riu, mas sua expressão seria não era o motivo. Virou se de novo e continuou com seu café. Antes de comer, bebeu outro gole do café que já estava morno. Sua mão bateu no recipiente de barro com a "Coisa" marrom. Era nojento. Não conseguiu conter e pegou a "Coisa" e barrou com a faca na torta.
(Seja bom coisa, seja bom, seja gostoso!)* Pensou ela implorando ao levar a garfada a boca.
Para sua surpresa, a coisa marrom e estranha estava muito boa. Combinava muito bem com a massa da torta. Pegou o recipiente da coisa. Barrou uma grande porção por baixo do prato e colocou outras duas fatias de torta de maçã. Barrou o creme novamente por cima da torta. E deu uma garfada imensa.
(Que coisa maravilhosa!) Pensava ela saboreando esganada a torta de olhos fechados. Quando alguém lhe assusta:
-Que pedaço hein! Eu não conseguiria...
-Hum! - Gemeu ela assustada. Era seu primo, Lucien.
-Relaxa priminha, come aí. Eu disse que era bom não disse? - Perguntou ele, servindo se de uma fatia da torta.
-Delícia! Mais ainda com isso, fica show! - Falou Lucien de boca cheia.Os dois olharam as pessoas no café e começaram a rir. Os humanos não compreendiam.
-Que tal, se fossemos embora agora?
- Depois de comer pode ser?
- Tudo bem, mas se quiser, levamos. Eu peço para guardarem em uma embalagem ou coisa assim para viagem. - Sugeriu Lucien sem problemas em ficar ali, sobre os olhares repressivos dos humanos.
-Pode ser. Melhor até. - Concordou ela.
-Vamos. - Disse ele então por fim.O café começou a esvaziar, o horário não estava mais entre o café da manhã e nem perto do almoço. Foram até a mesma atendente que lhes atende antes.
-Poderia guardar esse para viagem? Por gentileza. - Pediu Lucien.
- Claro. Mais alguma coisa?
- Quer levar outra torta?
- Não sei se é uma boa ideia.
- Escolhe, eu tenho dinheiro. Você vai adorar. Tem outros sabores.
- Se quiser eu dou alguns molhos escondidos... - Cochichou a atendente piscando para Bia.
Achando que ela tinha vergonha ou algo do gênero por comer tanto.
(Ou ela come muito mesmo ou está gravida. Mas não vejo mal nisso. Pessoas tem prazer em coisas e outros em comidas gostosas. ) Pensou ela sem julgar mal.-Pode ser então. Do que sugere? - Perguntou a Vamp ao primo.
- Bem, vamos levar essa de maçã que está guardada. A torta de frutos vermelhos é muito boa também. A torta de abacaxi com nozes e avela é divina. E o bolo de cenoura com chocolate é o melhor de todos. Eu acho... - Sugeriu Lucien, dando o típico sorriso para Bia.- Não sei qual escolher. - Falou Bia.
- Todos! E inclua uma lata de pasta de amendoim e de nutella por favor. - Pediu ele a garota que lhes atendia.
- Claro. Todos para viagem, certo?
-Isso, obrigada.
-Nós temos serviço de entrega... se quiserem, é claro.
-Não, estou de carro.
A garota acabou de embalar as tortas, colocou cada uma em uma caixa de papelão e deixou uma etiqueta para identificar. E as duas latas em uma sacola plástica. Calculou o total e Lucien pagou em dinheiro. Eles agradeceram pelo atendimento do café e partiram. Deixando uma funcionária intrigada e a outra ainda muito feliz. Entraram no carro, e Bia segurou as tortas conforme conseguia, evitando deixar as caixas amassadas. O carro pegou velocidade, e o barulho do motor se fez presente na rua que dava para frente do café, que estava novamente vazio.
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Intrínseca
VampireEm uma pequena cidade da Carolina do norte, uma Hibrida Vamp-Sepht vivia isoladamente e solitária com seu amigo Frango. Bia possuí características próprias além do vampirismo, seu cabelo era naturalmente roxo assim como os olhos eram Viole...