Intrínseca

Capítulo 8

Antes

- Mas o que aconteceu? - Perguntou o vizinho encafifado.
- As bruxas uniram-se com a Mãe de Santo e a Benzedeira para salvar a nossa cidade.
- Continua homem, conta logo que eu quero saber o fim da história.
- Hehehhe, deixe para amanhã, está muito tarde homem.

        O pescador levantou aos poucos do banco de madeira que ficava próximo do seu barco de pesca. Entrou nele e Verificou se estava tudo em ordem. Prendeu mais firme ainda a corda grossa no mesmo lugar que sempre prendia. A água da barra da Lagoa parecia mais profunda à noite.

- Conta vai, rapidinho... - Pediu fazendo voz de manhoso, o vizinho curioso.
- Haha! As Minhas histórias são contadas devagar, para ter aquele ar de "mistério ". - Enfatizou na última palavra. Deu uma palmada de leve no lombo do amigo, se despedindo antes de ir embora para casa.
- Já que tu insistes então tá bom! - Resmungou bufando o vizinho com descontentamento.
- Se aprume para ir. Vá pela luz homem, se não o Vampiro te pega, hihhhiiiiihihih! - O pescador gritou alto, saiu rindo meio que rindo em rumo à sua casa.
- Haha! Muito engraçado Erico, cuidado com as bruxas, uuhhhuhhhu! - O vizinho ficou para trás, mexendo as pontas dos dedos para causar uma impressão de susto. Partiu por fim, na direção oposta ao pescador.

       A noite caiu e muitas horas depois, as bruxas reuniram- ali mesmo, naquele barco de madeira comido pela maresia.

- Para onde vamos essa noite?
- Para algum lugar bem assustador né, pelo amor do Diacho!
- Não sei, vamos reto toda vida e veremos o que achamos no caminho. - Afirmou a Líder das Bruxas, a única de chapéu.
- Então bamos suas molengas! - Concordou feliz a bruxa rechonchuda.
- Ihhhhruuu! Pera! Aiii! Alguém tem uma almofada aí?
- Para que ia ter isso aqui comigo Catita? - Perguntou a Bruxa entre suspiros apontando para o banco improvisado da sua vassoura mega moderna.
- Eu só tenho a da minha Basoura. Mas não tiro não. - Deixou Abigaiul bem claro.
- A minha Bassoura tá deixando minha banda quadrada de dor... - Reclamou a Bruxa mostrando a simples vassoura comum, que ela usava.