Capítulo 6

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Antes

- Não é não suas velhas corocas! - A bruxa Jujubita respondeu-lhe chegando de rompante acompanhada pelas outras duas bruxas as suas costas, Abigaiul e Catita.
-Mas há?!!! - A cigana levou às mãos a boca ao ver as atrocidades a sua frente.
-Olha, Olha quem está aqui??! - Comentou surpresa a Benzedeira Maria.
- Escondendo-se entre o rabo do Diabo como sempre, Han?!! Hahahhahaha! - Riu alto a Mãe de Santo.
- Velhas fedorentas! Filhas do Desconjuro! - Joaquina insultou as bruxas.
- Velhas Corocas! - A bruxa Catita, a mais burra, apontava o dedo com uma verruga enorme para as três mulheres sentadas na calçada.
- Quem a tudo teme uma hora se apresenta pedindo arrego, hein?! - Disse a Benzedeira com deboche das três bruxas que estavam a sua frente.
- Falamos com o mestre, e nem ele quer saber desse Vamp! - Falou a bruxa entre suspiros, sentando ao lado de Joaquina, que se afastou o quanto podia, enquanto Catita coçava a verruga do nariz.
- Disse que a alma dele não lhe interessa. Nem mesmo em troca de mil. - Disse Abigaiul apavorada.
-Então queremos fazer uma trégua na nossa rixa, para juntas, expulsar aquele chupa Sangue! - Disse com autoridade Jujubita, a líder do grupo das bruxas e a única de chapéu.
- Isso, isso mesmo! - Catita, a bruxa burra levantou se, e foi até a mãe de santo. E lhe fez uma reverência.
-Han? Hahahhahahhahhahaha! Haha! Vocês são umas bruxas de péssimo nível Hihhhi! - Maria debochou das bruxas, fazendo a Mae de Santo e a Cigana rirem com ela.
- Não quero vê-las nunca mais! Assim que mandar aquele Vamp embora, vocês terão que partir, ou farei um feitiço dos fortes para mandar vocês para o lugar que merecem. Nos pés do Chifrudo! - Exigiu a Mãe de Santo como troca do acordo e da trégua.
- Ora, ora, essa também é nossa cidade. Daqui não vamos embora! - Deixou claro, a líder das Bruxas, Jujubita.
- As bruxas estavam aqui primeiro que vocês, velhas caducas! - Retrucou a bruxa rechonchuda, Abigaiul.
- Nós é que temos o direito de ficar, sua velha fedorenta de Jasmim! - A bruxa burra achava que aquilo era um insulto dos bons, mas esqueceu que para humanos Jasmim era bom. Assim, Catita fez papel de boba outra vez!
- Hahahahha, obrigada Bruxa burra. - Riu a benzedeira.
-Bruxa burra, Jasmin tem um cheiro muito bom! Minha tia, Dona Mariquita, tem uma colônia carreira com essa fragrância. - Joaquina empinou o nariz, mas entendeu a tamanha baboseira que ela havia dito, até a Mãe de santo levantar se e dar uma bengalada na cabeça dessa.
- Aiiii mãe ! - Queixou de dor A cigana.
- Hara , deixa de tolice sua china veia! - Mandou a Bruxa rainha.
- É isso ou nada. Se quês, quês, se não quês, diz! - A mãe de Santo fechou a cara.

         As bruxas se entreolharam, à espera de algum sinal. A bruxa gorducha e a bruxa burra não souberam o que fazer, então simplesmente esperou Jujubita tomar uma decisão.

-Certo, certo. Eu aceito o acordo. - Disse a bruxa por fim.
- Vão todas embora? - Perguntou com firmeza Dona Roza, a mãe de Santo.
- Sim. - Disseram elas juntas.
- Sei lá, mas algo não me cheira bem e não digo que seja o enxofre... - Desconfiou Maria.
-Partimos assim que Romerro Romullo for morto. - Deixou bem claro a bruxa que usava chapéu.
- Seguirá reto toda vida de cavalo? - Perguntou Joaquina desconfiada.
- Toda vida e a diante! - Prometeu a Bruxa de chapéu cruzando os dedos pelas costas.
- Feito! - Dona Roza declarou confirmado o acordo e entrou na sua casa.

        Bateu à porta e trancou na fechadura. Deixando para trás as bruxas e as velhas caducas. Entre bate bocas e gestos de banana, elas se afastaram pela rua. As bruxas foram para o lado oposto das velhas da vizinhança, saindo mais em retirada na direção da mata. Assobiaram e as vassouras surgiram a sua frente. Cada uma subiu na sua vassoura e voaram para longe. Enquanto isso, a noite finalmente chegava ao ponto alto. Em um bairro mais distante, um homem gritava ao subir da lua.


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