Uma doce menina

Todo Romeu tem uma Julieta!

NOAH (MÍDIA)

Novembro...

NOAH

Já estamos nas últimas semanas de aulas desse ano e o trabalho sem sentido do professor León está às portas. Eu não vejo sentido nesse trabalho estúpido! Fazer uma declaração para a pessoa amada? Qual é!

Estou saindo da sala de aula agora, parece que Matt e Eloísa estão juntos agora... Tipo, juntos mesmo! Isso é bom, fico feliz pelos os dois! Quando eu saio da sala e atravesso os corredores da escola, ouço Matt me chamar.

- Ei Noah! - sua voz é fria, não demonstra emoção alguma. Paro de caminhar e me viro para trás na sua direção.

Ele está acompanhado de Eloísa, ambos caminham na minha direção.

- Olá, como vocês estão? - pergunto assim que eles se aproximam.

- Estamos bem. - Matt responde pelos dois. - Nós conhecemos a sua amiga à algumas semanas atrás, Sofia. - ao ouvir o nome da menina minhas pernas ficam bambas sem razão aparente.

Não posso demonstrar nenhum sentimento!

- Hum... E o que tem? - falo com o mínimo de interesse possível.

- Ela sente sua falta, nós sentimos sua falta! - ele se aproxima mais e coloca uma das mãos sobre o meu ombro. - Volta pra gente! Seja o que for que você está passando nós podemos te ajudar! - suas palavras foram sinceras, seus olhos dizem isso. Mas a promessa presente em suas palavras... ele não pode cumprir.

Meus olhos encaram sua mão sobre o meu ombro, ele nota minha desaprovação pelo seu gesto e tira a mão de mim.

- Desculpa, Matt. Acho que vocês estenderam errado, eu não preciso de ajuda. Eu preciso de um tempo, eu preciso encontrar meu caminho. Então se vocês puderem respeitar a minha decisão, eu agradeço. - ele olha para Eloísa e ela olha pra ele, e como um casal que está junto à anos, eles parecem se comunicar apenas pelo olhar. Matt suspira e volta a me encarar.

- Tudo bem. Você é quem sabe, mas saiba que vamos estar aqui para quando você voltar. - ele diz friamente, mas seus olhos denunciam seu descontentamento.

Em um aceno com a cabeça eu me despeço de ambos, me viro e começo a andar para longe, mas me lembro de algo e me viro de volta para eles.

- Ah, eu já ia esquecendo. Parabéns pelo namoro, eu torço muito por vocês, sério. - Matt acena com a cabeça como que agradecendo e então abraça Eloísa de lado.

- Obrigada, Noah. - diz Eloísa com um sorriso forçado.

Me viro e vou embora.

Alguns dias depois...

Hoje é o dia de apresentar o trabalho do Sr León. Eu escrevi uma cartinha boba, vou ler ela em público, porém, a pessoa para qual eu escrevi essa carta não vai estar lá.

Ao chegar na escola eu notei que os alunos só falavam nesse trabalho idiota. A maioria estava muito ansiosa para apresentar, enquanto outros estavam totalmente desmotivados e não iriam apresentar trabalho algum.

Na hora de apresentar o trabalho, o pátio estava lotado. Todas as turmas estavam presentes, somente a nossa sala iria apresentar o trabalho, era preciso muita coragem para subir naquele palco e fazer uma declaração. Claro que poderia ser uma declaração para um amigo ou amiga, pai, mãe, familiares, não era necessário ser para uma paixão.

Começaram as apresentações, era uma melhor que a outra, no final a platéia aplaudia. Algumas pessoas prepararam vídeos, músicas, outros até tocaram instrumentos que havia na escola e cantaram uma canção de amor.

Chegou a vez do Matt. Ele fez uma declaração para Eloísa, contou um pouco da história deles. Disse o quanto odiava ela e o quanto era odiado por ela, contou como pediu ela em namoro, gostei de saber disso.

Na vez de Eloísa ela contou o ponto de vista dela, foi engraçado eu admito, ela contou praticamente a mesma história, mas numa perspectiva totalmente diferente. Como a cabeça das mulheres são confusas!

E enfim, chegou a minha vez.

Subi no palco, ajeitei o microfone.

- Boa tarde à todos. - minha voz saiu morna e formal, olhei toda aquela gente me olhando desinteressados, afinal eu era o último aluno à apresentar o trabalho, seria só mais um. Limpei a garganta e comecei. - Estamos aqui, apresentando esse trabalho, partindo da ideia de que todo Romeu tem a sua Julieta e vice versa. Se você ainda não encontrou a sua Julieta, não se preocupe, você vai encontrar um dia. Acredite no ditado que diz: "Toda panela tem a sua tampa." Então relaxe, você vai encontrar a sua tampa mais cedo ou mais tarde, não há com o que se preocupar, à não ser que você seja uma frigideira. - risos ecoaram pelo pátio e dois deles fora o de Matt e Eloísa - Estou brincando. - disse eu rindo - Mas sério, precisamos encontrar alguém para nos fazer felizes! Enquanto você ficar sozinho, você será infeliz! Você será incompleto! - dei uma pausa para as pessoas perceberem a loucura que eu estava falando e então continuei - Foi nisso que eu acreditei até aqui. É isso que nos ensinam, não é? Sempre nos dizem: "Você precisa casar para ser feliz!" ou "Encontre alguém que te faça feliz." Mas isso está errado. Você precisa ser feliz enquanto está sozinho, para então fazer outro alguém feliz. Então se você está pensando em namorar ou até mesmo casar para alguém te fazer feliz, esqueça. Seja feliz primeiro, ame a si mesmo primeiro, seja completo primeiro, para então encontrar uma outra pessoa que também é feliz, que também se ama e que também é completa! - dobrei minha carta e à guardei no bolso da calça - Agora falando sobre a minha Julieta... Ela não está aqui hoje, ela provavelmente nunca vai saber dessas minhas palavras, mas não importa, porque eu estou me tornando completo, eu estou mudando o que eu preciso mudar primeiro, para depois, quando eu estiver pronto para fazê-la feliz, então eu poderei chegar até ela e dizer: "Sofia Cullen, você deixa eu te fazer a mulher mais feliz desse mundo?" Obrigado, é só isso. - assim que eu agradeci eu fui aplaudido de pé, aplausos calorosos da platéia animada.

É, foi bom pra mim colocar algumas coisas que estavam embargadas pra fora.