E se me perguntarem, direi que não.

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Noah Medson (MÍDIA)

SOFIA

- Pai, o senhor está muito cansado ultimamente. - disse eu me sentando ao lado do meu pai, ele está com a aparência exausta.

- Agradeça à Deus por eu ter funcionários ótimos, pois poderia ser pior. - ele murmura com os olhos fechados e a cabeça inclina no sofá.

Meu pai é um exemplo para mim, ele nunca se dá por vencido, nunca desiste, já enfrentou muitas situações que a maioria das pessoa teriam enlouquecido, mas ele não. Ele sempre se manteve firme, sem levar preocupações para casa, sem abaixar a cabeça, sem desanimar! E é por isso que quando eu for me casar, o meu noivo precisa ser semelhante ao meu pai, ao menos nas características mais importantes.

Depois de uma breve conversa com minha família, eu fui para o meu quarto. 

Ao deitar na minha cama, a solidão me abraça... E as lembranças me assombram.

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- Então... O que queria me entregar? - pergunto finalmente chegando ao ponto principal do encontro. Noah desvia o olhar, ele passa uma das mãos por seus cabelos louros bagunçados.

- Na verdade é algo que eu venho querendo à muito tempo... e é até egoísmo meu na verdade... - ele parece confuso e parece não gostar do que está pensando. - Eu vou sumir por um tempo, por bastante tempo. - ele me encara agora, muito próximo de mim. - Você não vai me ver por bastante tempo e eu não sei o que vai acontecer nesse tempo e eu temo pelo o que eu desconheço. - ele parece tão preocupado, ao mesmo tempo que é tão lindo e deslumbrante, seus olhos parecem brilhar no escuro da casa. - Eu vou conhecer novas pessoas nesse tempo, você irá conhecer novas pessoas, isso é inevitável. Mas antes, eu quero pelo menos uma coisa de você e mesmo que você me odeie por isso, mesmo que você não queira me ver nunca mais por culpa do meu egoísmo, ainda assim, eu preciso fazer isso. Eu quero que o seu primeiro beijo seja meu. - ele para de falar e me encara, ele coloca a mão por trás da minha cabeça, eu estou imóvel, não consigo me mover, não consigo falar nada. Ele disse mesmo isso? Ele quer tanto isso? Por que? Eu deveria beijá-lo agora? Eu quero, eu também desejo isso, mas não devo ser levada pelos meus desejos. Seria Noah confiável? Ele se aproxima de mim e eu posso sentir sua respiração gélida e refrescante, ele está segurando meu cabelo com força, como que para não deixar eu fugir, meus olhos se arregalam, ele me encara, tremendo ele para à poucos centímetros de distância da minha boca. Ele fechas os olhos e suspira, desabando, inclinando sua cabeça diante de mim. - Eu não consigo... - e tudo o que se pode ouvir são murmúrios vazios saindo de seus lábios que mal se mexem para falar - Eu não posso... eu não posso fazer isso com você. Não posso! - pode ser impressão minha, mas eu vejo algumas lágrimas caírem do seu rosto, molhando sua calça. Tudo que eu posso ver é seu cabelo, já que ele está com o rosto inclinado, e ainda me segura pelo o cabelo. - Eu planejava roubar um beijo seu, o seu primeiro beijo, isso é o que eu achei que conseguiria fazer... mas eu não posso, não posso fazer isso com você, eu devo deixar você ir... - então ele levanta a cabeça, agora seus olhos marejados me encaram e claro, eu já estou chorando, vê-lo assim me fez ficar triste também. Mas eu quero, eu quero que meu primeiro beijo seja dele. Não há ninguém com quem eu me sinta mais à vontade e segura do que quando estou com ele. - Me desculpa, Sofia. - ele solta meu cabelo devagar, mas eu seguro sua mão, finalmente consigo me mover, minha voz também parece pronta pra sair.

- Pra você não importa a minha vontade? - minha voz saiu baixa e melancólica, minhas lágrimas escorriam pelo meu rosto.

- Importa, claro que importa!

Uma doce meninaOnde histórias criam vida. Descubra agora