9-Seremos onze, não dez

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Daniel pov's

Depois da surpresa de aniversário que fizemos a Steve, pensei que as coisas iam se suavizar, pelo menos aquilo distrairia nossa consciência por mais alguns dias, triste engano, na madrugada do dia seguinte vi Luke inquieto, ele não pregou os olhos, pensei em conversar com ele, mas Cariba me impediu, quando perguntei qual era o problema, ela disse que talvez ele estivesse com fome, e era melhor deixa-lo quieto, eu estranhei aquilo, todos havíamos comido, tudo bem que não foi um banquete, mas deu pra forrar o estomago.

Então a loira me contou algo que me surpreendeu, ela disse que ela e Luke deixaram de comer suas porções de comida, pois não haveria o suficiente para o café da manhã no dia seguinte, quando questionei sobre quem estava recolhendo as frutas, a garota me explicou que a tarefa era dela, mas que infelizmente as arvores frutíferas por perto já estavam sem nada.

Agora, cá estou eu, andando mata a dentro , em busca de mais frutas , ou qualquer coisa comestível, já é nosso oitavo dia aqui, e se em uma semana já estamos passando sufoco, não quero nem imaginar quando os dias virarem meses.

-Droga- murmuro par mim mesmo, quando acabo em mais um beco sem saída- Esse lugar vai em enlouquecer!- puxo alguns fios do cabelo para aliviar a frustração- Ok, vamos mudar de rota- inverti meus passos indo em direção ao sul, para meu azar, as manhãs estavam ficando cada vez mais frias, então os ventos não estavam me animando em nada.

Depois de um bom tempo caminhando, eu pude ver o sol forte já totalmente exposto no horizonte, devíamos estar perto das 9 horas, não sei, nesse lugar não tem como ter certeza de nada. Eu resolvi voltar para o acampamento, tudo que eu havia encontrado em minha expedição era uma penca de bananas, que eu duvido muito que mate a fome de 7 pessoas, já estava quase perto das trilhas que costumávamos fazer, quando algo me chamou a atenção, um pouco mais adiante, por entre algumas muitas de espinhos , que costumávamos evitar, avia um pedaço de passo vermelho vivo, eu nunca notei aquilo ali, e também nunca tinha visto ninguém do grupo com uma roupa daquela cor, então resolvi me aproximar.

Me esgueirei por entre os espinhos, amaldiçoando mentalmente toda vez que um me arranhava, quando consegui me aproximar do objeto, notei ser um pedaço de camisa amarrado para segurar um papel.

Larguei o cacho de frutos no chão e arranquei o papel dali, abri o mesmo com um pouco de anseio e para minha surpresa, havia um S.O.S pintado de vermelho, aquilo não era bom, aquilo era péssimo.

Sai de lá aflito, corri o máximo que minhas pernas permitiam em direção ao avião, eu precisava contar aquilo para o pessoal, quando alcancei o avião não encontrei ninguém , nem mesmo Steve que sempre estava por lá, fui até a fogueira e para minha sorte, Kiara estava lá filtrando água.

-Kiara, rápido, Luke, cade?- Questiono aflito gastando o pouco fôlego que me restava, a garota me olhou assutada e largou tudo o que fazia.

-Daniel o que foi? Se acalma, respira- ela se aproximou tocando em meu ombro.

-Luke, preciso falar com o Luke- Comento entre lufadas de ar, a garota apenas assente notando que a coisa era séria.

-Certo, ele está na fogueira, vou chama-lo, fique aqui e se acalme- Ela mal termina de dizer e ja sai correndo, eu fiquei ali parado com as mãos no joelho, tentando recuperar o fôlego, em poucos instantes, Kiara volta acompanhada de Luke e Cariba, que não tinham uma cara nada boa.

-O que ta acontecendo?- Cariba questiona- Kiara chegou na fogueira que nem louca falando que você não estava bem-

-Eu precisava mostrar algo para nosso líder-  Digo puxando o ar, de modo forte, pela última vez.

Resgate voo 29Onde histórias criam vida. Descubra agora