A dor em elevar

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A atmosfera está tensa.
Tudo tão maçante.
As lembranças pesam em minhas costas e curvo, dobrando a rua e andando sem rumo.
Sinto um calafrio percorrer-me a espinha quando a brisa gélida de um prever me envolve.
Eu vejo.
Cada coisa do futuro que me aguarda eu vejo por uma fração de segundo, e estremeço.
Meu peito dói, batendo fraco, sem vida.
E o olho cinza do céu me observa, sente pena e vai embora.
Fico só.
Nem mesmo a tão aclamada e chorada lua podia me tirar daquele sofrimento.
Desmancho.
Desafaço cada parte minha na tentativa de me achar em meio aquela bagunça na qual me tornei.
Mas só acho memórias doidas e miseráveis.
Só acho sofrimento
E ondas de destruição.
Encontro cacos meus e nada mais.
Eu me perdi.

POEMA DIÁRIO - aqui contém versos embrionários de conteúdo abortivoOnde histórias criam vida. Descubra agora