É bom que várias coisas,
Certas resoluções cheguem ao fim.
Nas bagagens que deixo de passageiro
Desta vida, deixo dar vida,
Espaço a outros encontros.
E são boas as incautas despedidas.
Limpo o pó dos móveis, lustro azulejos,
Mudo-os a cada novo ciclo de lugar
Para que reverencie o novo.
Nenhuma parte de mim morre,
Mesmo que esteja presente nos rostos,
Nos rastros, nas fotos da gente que por aqui estivera
E hoje não mais. Desapego,
Esta lição suave nas trevas onde somente
Um lampião de meus fraternos acende-se
Sobre a mesa de alimentos,
Sem sinal de lamento, estoico, pelos que, físicos,
Como tudo é neste mundo, surdos
À minha fala e idioma, a meus
Interesses, não estão presentes.
E um brinde à condição de nós humanos: efêmeros.