O Cedro

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Eu vi uma donzela parada

Em meio a uma torre crepitante

Esperando ansiosa ser amada.

Eu vi um cavalheiro em uma rua

Com sua farda e sua espada, uma

Rosa em botão trazendo ao peito

Para convencer em afã a sua amada.

E vi uma anciã sentada, tecendo uma malha

E alfinetando panos sem nunca querer chegar

Ao fim de sua espera de amor fenecido, passado.

E eu, ao meio disso, com meu olhar,

Não era o príncipe, não era o rei e não era

O guarda das armas; não era o momo;

Não era o ébrio da esquina.

Como vi um menino correndo com seu papagaio,

Eu também não era o menino. Eu era

O que olhava e era um pouco de todos eles.

Um pouco, somente. Para todas as direções e em

Todos os aposentos (mesmo a céu aberto), olhava.

Eu era o poeta que já torrara de paixão

E que agora restava como um belo cedro, 

Envernizado, lustroso e seco.

Poemas por HoraOnde histórias criam vida. Descubra agora