O Mistério da Mansão

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Estava tarde da noite, e nós dois estávamos de frente ao muro de uma mansão medonha, afastada da cidade. A escuridão envolvia o lugar, tornando a silhueta da construção ainda mais sinistra. O vento soprava levemente, fazendo as árvores ao redor balançarem e criando sombras inquietantes no chão.

— Você viu o tamanho dessa mansão? — perguntei a Lucy, apontando para dentro do quintal. Minha voz saiu quase como um sussurro, ecoando levemente na noite silenciosa.

— Larga de ser medroso e me segue. Não vai acontecer nada de errado. Agora me dá um apoio para subir e pular esse muro — disse Lucy, encostada no muro.

— Droga, mas fazer o quê? Vamos lá — pensei alto, enquanto juntava as mãos para dar apoio enquanto ela subia. O frio da noite fazia minhas mãos tremerem levemente.

— Vem, sua vez. Vou esticar meu braço. Você pula e se segura em mim, mas eu não te aguento por muito tempo, então se apoia no muro logo em seguida.

— Tá bom — respondi, pegando impulso e pulando para agarrar na mão dela. O muro parecia mais alto do que eu havia imaginado, mas com esforço consegui subir.

Saltamos para dentro da propriedade de uma certa pessoa que desconhecíamos. Era uma invasão, mas a adrenalina de resgatar algo da nossa família por direito falava mais alto. A grama alta do quintal abafava nossos passos, mas também aumentava a sensação de estar sendo observado.

— Que lugar imenso. Por onde a gente começa? — perguntei a Lucy enquanto caminhávamos. Minha voz soava pequena naquele espaço vasto e desconhecido.

— Bom, talvez descobrindo como entrar. Aí a gente pode fazer um tour por aqui — disse Lucy, andando na frente com confiança.

— Acha que tem algum alarme por aqui? — perguntei, olhando ao redor.

— Não sei, mas vamos ver um jeito de entrar que não precise quebrar a janela — disse Lucy, olhando para cima. A lua cheia iluminava seu rosto determinado.

Chegamos na frente da mansão. As janelas escuras pareciam nos vigiar, cada uma delas um possível esconderijo para segredos e perigos.

— Aposto que a porta da frente vai estar trancada — eu disse, enquanto Lucy se aproximava da porta. O som dos nossos passos era abafado pela terra úmida e folhas caídas.

— Não custa tentar, né — respondeu Lucy, girando a maçaneta. Um clique seco confirmou nossas suspeitas: estava trancada.

— Viu? Não falei? Vamos dar outra volta — disse, andando pelas laterais da mansão. O som do vento e os rangidos da velha construção aumentavam minha sensação de inquietude.

— Sim, vou logo atrás de você — respondeu Lucy.

Contornamos a mansão, procurando uma entrada menos óbvia. A estrutura imponente parecia nos observar, cada janela escura era como um olho vigilante. O jardim, mal cuidado e tomado por ervas daninhas, adicionava uma atmosfera ainda mais arrepiante ao local. Ratos corriam entre os arbustos, e uma coruja piava ao longe, intensificando a sensação de estarmos sendo vigiados.

— Ei Luke, olha ali, tem uma janela aberta. Vem comigo, mas antes, você sabe Parkour? Porque hoje você vai me mostrar suas habilidades. Vamos escalar essa mansão e entrar pelo segundo andar — disse ela, com uma expressão desafiadora.

— Ok, não sou tão bom quanto você, mas vamos lá — disse enquanto Lucy começava a subir.

Lucyle era ágil, subia a parede da mansão como se fosse um personagem de Assassins Creed. Eu, por outro lado, não era tão ágil; minhas mãos escorregavam às vezes quando tentava segurar nas partes que dava para agarrar. Tive que pular e me agarrar de janela em janela até o telhado do primeiro andar, e claro, Lucy já estava lá em cima.

As crônicas de uma estranha viagemOnde histórias criam vida. Descubra agora