Fugitivos

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Estávamos numa mansão gigantesca e estranha, cheia de coisas raras e caras. Encontramos um velho que aparentemente conhecia o Tio Oliver, mas, justo quando íamos obter mais informações sobre o relacionamento entre os dois, a polícia começou a se aproximar da mansão.

— Ah... É, então a gente pode ir, né? — perguntei ao velho, tentando manter a calma.

— Eu cuido da polícia. Vocês conseguiram entrar. Imagino que conseguem sair, não é? — comentou o velho, levantando-se da cadeira com dificuldade.

— Sim — respondeu Lucy, ajudando-o a se levantar.

— Vamos, Lucy — puxei-a pelo braço, a urgência crescente em minha voz.

O velho começou a caminhar, mas de repente sentiu uma pontada no coração. Colocou a mão no peito e caiu no chão.

— Ah, meu Deus. Não, não, não, não! Ei, ei? — chamei por ele, ajoelhando-me no chão e colocando o ouvido em seu peito.

— Luke? — Lucy me chamou, a voz tremendo de preocupação.

Batidas fortes na porta lá embaixo ecoaram pela mansão.

— Senhor, é a polícia! Tá tudo bem? — gritou um policial.

— Ah, merda — disse, levantando-me rapidamente.

— Espera, temos que fazer alguma coisa — insistiu Lucy, os olhos cheios de pânico.

— Sim, a gente tem que dar o fora daqui — respondi, olhando desesperadamente pela janela.

— Não podemos deixar ele aqui — comentou Lucy, a voz embargada de emoção.

— Olha, não podemos fazer nada. Nós temos que correr, se a polícia nos achar aqui... — tentei explicar para ela.

As batidas na porta se tornavam cada vez mais altas e insistentes, até que finalmente a arrombaram.

— Ok, você vem comigo, e vocês dois olham lá em cima — ordenou o policial.

— Merda, Lucy. Vem, vamos por aquela janela — abri a janela e passamos por ela, pendurados na borda.

Começamos a nos segurar na beirada, deslizando pela parede. Lucy subiu por um cano até o telhado adjacente, e eu fui logo em seguida. Corremos pelo telhado e pulamos para o outro lado, agarrando na calha.

— Não ouvi mais os garotos lá dentro — disse um dos policiais.

— É um lugar grande, talvez possa demorar um pouco — comentou o chefe de polícia, que saiu da mansão e se aproximou do carro de patrulha.

Subimos pela calha até o topo do telhado.

— Olha, vamos pular e se agarrar naquela chaminé, depois descemos por ela — disse Lucy, correndo e pulando logo em seguida, agarrando-se na chaminé com destreza.

— Estou logo atrás de você — respondi, seguindo seus movimentos, mas quase caí ao segurar mal o apoio.

Enquanto isso, mais viaturas chegavam, enchendo a rua com o som das sirenes. Três carros adicionais estacionaram, aumentando a sensação de urgência.

A mansão era um labirinto de mistérios, cada canto guardava segredos antigos e tesouros esquecidos. Mas agora, enquanto a polícia se aproximava, a sensação de perigo iminente dominava nossos pensamentos.

— Vou procurar atrás da casa — disse um policial saindo da viatura.

— Vocês demoraram demais — comentou sargento da polícia, passando por perto com a lanterna — O que aconteceu? — perguntou um terceiro, apontando a lanterna para o canto do jardim.

As crônicas de uma estranha viagemOnde histórias criam vida. Descubra agora