Todo mundo tem problemas. Isso é fato. Desde que seja uma criança de cinco anos preocupada sobre aonde está seu brinquedo perdido até um adulto com dívidas financeiras.
Porém, Soo-ah tinha problemas lá dentro, não era físico, não era visível. Ela não poderia resolver da noite pro dia.
Porém, ela não poderia ignora-los de jeito nenhum.
Os pensamentos que a colocavam pra baixo, os próprios pensamentos, vindo de dentro da sua própria mente. Eram tão horríveis e tão desgastantes, pensar sobre aquilo todo o dia quando acordava pela manhã. Envolviam infinitas coisas, e assuntos tão fortes a ponto de Soo-ah questionar até mesmo se sua própria família merecia ou gostava dela. Tudo o que fazia parecia estar errado e não servir pra muita coisa.
"Que pena" ela pensava consigo mesma, lá no fundo, bem lá no fundo, ela sabia que estava desgastando a si mesma e precisava de alguma ajuda. Mas, isso iria prestar, afinal, se fosse questão de pensamentos invasivos, era apenas pensar em outra coisa, certo? Não precisava de tanta ajuda assim, afinal, ela tinha noção que haviam pessoas com problemas bem mais graves que ela (talvez um vício, ou um parente morto por exemplo) ela não deveria tomar o lugar de alguém com problemas que eram basicamente não gostar de si mesma.
Certo dia, Soo-ah se sentiu tão mal que acabou explodindo numa grande crise de autoestima. Foi nesse mesmo dia que seus pais descobriram o que já andavam desconfiando sobre a filha. Mas ter a certeza fez o coração dos dois se quebrar. A crise fora tão forte que, ela chorou nos braços dos pais a noite inteirinha.
Foi no dia seguinte, com urgência, que Soo-ah foi a um médico. Ela se aliviou por um momento pela família tentar ajudar (mas você precisa de ajuda mesmo? E quanto aquilo que existem pessoas com problemas mais importantes).
Soo-ah respirou fundo quando entrou na primeira consulta. E na segunda, terceira, quarta… Nenhum dos médicos que a garota visitava parecia funcionar, não dizendo que, a medicina não funcionava. Mas com ela, parecia não fazer efeito. Os conselhos dos psicólogos e remédios dos psiquiatras não a levavam pra frente. Ela sempre olharia pra si mesma de cabeça baixa. Serva de si mesma.
Serva de seu próprio padrão, não sabendo muito bem qual ele seria.
Foi numa sexta feira que ela chegou em casa depois da faculdade, que sua mãe a chamou da cozinha. Tinha um panfleto esverdeado nas mãos. E assim que a filha chegou, ela entregou este mesmo papel.
— O que é isso? — Soo-ah encarou a mãe.
— Uma clínica diferenciada, dizem que usa métodos naturais — A mulher apontou para o nome do local.
“Clínica Jaeyon” Soo-ah leu, onde a mãe indicava.
— Fica nas montanhas, me disseram que é uma parte muito bonita
A filha juntou as sobrancelhas e suspirou fundo, lendo o panfleto um tanto desinteressada.
“Clínica Natural Jaeyon:
Venha participar desse método medicinal natural que utiliza das mais variadas atividades dinâmicas para o seu bem estar, desde grupos semanais de apoio, aulas de artes e até mesmo um spa!
Localizada nas montanhas ao sudeste, Jaeyon tem uma bela vista e um grande espaço para seus pacientes se sentirem livres para caminhadas e afins!
O seu bem-estar é o que importa!"
Soo-ah deixou o panfleto sobre a mesa da cozinha e suspirou fundo.
— O que é isso mãe? — Apoiou-se no móvel, encarando a senhora.
— Dizem ser uma clínica diferenciada, filha. E que todos os pacientes saem satisfeitos de lá.
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van gogh + kth
FanfictionSoo-ah tinha problemas com autoestima, problemas drásticos. E já cansada de procurar por psicólogos que na opinião da moça, não ajudam em nada, ela decide ir para uma clínica que diz ser diferenciada. Entre os pacientes, está Kim Taehyung, pintor in...