Soo-ah avistou seus pais finalmente, chegando na clínica um tanto quanto perdidos porque afinal, não conheciam o lugar por inteiro ainda.
No mesmo instante, mesmo que não fizesse tanto tempo que ela os visse, sentiu vontade de chorar.
Mas entendeu que aquele dia não era feito para isso, e a fantasia que usava era a prova disso.Tudo o que fez foi sorrir largo e ir até seus pais, abraçando-os com força, sentindo as mãos de sua mãe se entrelaçarem com sua peruca.
— Oi, querida — Seu pai sorriu — Você está... Bem diferente.
— É — Ela passou seu dedo pelo bigode falso — O dia da visita é assim, pra ficar mais desconstraído... Eu gostei da idéia.
— Parece que os outros também gostam — A mãe da moça observou que ao seu redor, todoa usavam fantasias e pareciam muito mais alegres — Mas e aí? Como está sendo ficar aqui?
Soo-ah pensou bem no que responder, ficar ali naquela clínica tinha sido uma verdadeira mistura de emoções. Primeiramente, não gostou de ter de ir até ali, depois, achou que a clínica não funcionaria. Mas Taehyung tinha feito ela olhar as coisas por um outro ângulo no qual tudo aquilo não parecia tão ruim.
— Na verdade, está sendo melhor do que eu imaginei. Fiz alguns amigos muito legais e as atividades aqui são bem interessantes... — Ela não mentiu.
— Ah, vocês devem ser os pais da Soo-ah! — O Dr. Jung (ou mais amigávelmente chamado de Hoseok) apareceu alegre com seu grande sorriso pêssego — A filha de vocês está indo muito bem! O Dr. Seokjin me disse que ela é um pouco tímida nas terapias em grupo, mas isso é normal...
Hoseok colocou sua mão sobre o ombro da moça. Era parte da rotina falar com os pais dos pacientes em dias de visita e apresentar um laudo básico sobre como iam, mas o Jung parecia fazer isso com tanta maestria, nem mesmo parecia cansado de falar e falar sobre os pacientes que atendia.
Soo-ah sabia que precisava deixar seua pais um pouco à sós com os médicos e enfermeiras para uma conversa particular. Ela teria tempo para falar com seus pais mais tarde, teriam o dia todo.
Foi até a sala de música, então. Não entrava muito ali, tirando as aulas de musicalização ou terapia musical.
Havia um piano de armário, vários violões, tambores, um xilofone, e alguns outros instrumentos que Soo-ah nem mesmo saberia dizer o nome, nem mesmo que som faziam.
Mas havia algo ali que não era um instrumento musical, mas ela sabia muito bem dizer o nome daquilo.
— Yoongi?
O rapaz estava com a cabeça apoiada no piano, sentado ao chão. Não usava mais seus óculos alegres dizendo "Feliz aniversário!", apenas o chapéu de cowboy. E os olhos marejados.
— Você está bem? — Ela se abaixou em sua frente, mas ele apenas respondeu gélido.
— Saia daqui.
— Yoongi... — Sua cabeça balançou negativamente indicando que ela não o deixaria naquele estado sozinho. Lembrou-se então do que Taehyung lhe dissera sobre a ajuda, naquele dia de chuva.
Estendeu sua mão na direção do rosto do amigo, que fechou seus olhos. Sentiu a ponta dos dedos da moça tocarem sua bochecha molhada.
— Me deixe te ajudar... — Soo-ah concluiu, abrindo os braços.
Yoongi finalmente aceitou o abraço e continuou seu choro, mesmo que abafado.
— Foi ele quem te ensinou isso... Não foi? — A tristeza na voz de Yoongi era evidente, parecia ser uma dor muito profunda — Eu odeio isso... Odeio quando ele está certo sobre tudo...
VOCÊ ESTÁ LENDO
van gogh + kth
FanfictionSoo-ah tinha problemas com autoestima, problemas drásticos. E já cansada de procurar por psicólogos que na opinião da moça, não ajudam em nada, ela decide ir para uma clínica que diz ser diferenciada. Entre os pacientes, está Kim Taehyung, pintor in...