Capítulo Doze

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Pov Raph

Estou agora sentado em uma das mesas de espera da delegacia. Enquanto Donatello fica no balcão espera impaciente para que seja atendido por alguém.

Quando cheguei em casa, contei para ele e para April que um homem havia levado Leonardo até uma van, e que não consegui alcança-lo a tempo.

- Estou com medo- Diz April- Oh meu sobrinho. Sorte que não fizeram nada a você também.

- Eu prefiro a que tivessem me levado- Bufo.

- Não fale assim. Sei que vocês eram grandes amigos, mas a polícia não nos dá ouvidos.

- Tia- Eu curvo minhas costas e escondo meu rosto com as mãos, já soluçando- O que vão fazer com ele?

- Você está chorando?- Ela parece preocupada,  sem saber como reagir aquilo.

- Tô, e daí? Todo mundo chora sabia?- Rosno- Eu sou humano também!

- Acho que você tem alguma coisa para me contar - Ela fala,  acariciando meus ombros.

Fico em silêncio.

Donatello logo entra em uma sala acompanhado por um policial. E me chama.

Levanto-me com as pernas tremendo, e entro com ele na sala.

- Então. O Seu amigo desapareceu?  Olha, jovens desaparecem, já cogitaram um suicídio?- Ele falou olhando os papéis.

- Ele não desapareceu.- Eu falo cerrando os punhos- Eu vi, o homem o levou para um carro. .

- Que terrivel- Ele olha para mim, e volta a anotar- Pode me informar do nome do seu amigo?

- Leonardo Hamato- Eu falo. As palavras quase não saem da minha boca, como se estivessem entalada na minha garganta.

Foi então que tudo virou o caos.

...

Eu claramente não sabia o que estava acontecendo. Tudo acontecia rápido de mais para assimilar de uma só vez.

Assim que o policial soube que o desaparecido tinha o sobrenome de Hamato, mandou imediatamente as equipes de busca vasculharam a cidade, e ficarem de olho na fronteira.

Estava bem claro que não demoraria até a cede da polícia alertar ao senhor Yoshi. Eu não consigo parar de pensar em como estou nervoso.

- No fim das contas, não fugiram da cidade- Donatello falou, algumas horas depois, enquanto estávamos na cozinha- Estou muito preocupado. Céus, ele não tinha forças pra levantar um lápis! O que vai fazer com ele?

- O que precisamos fazer é manter a calma- April suspirou- Por mais que isso pareça bem ignorante, não podemos fazer nada, a não ser rezar para que o encontrem bem.

Tudo isso já estava me irritando. Eles poderiam simplesmente ficar em silêncio para que eu parasse de pensar no pior.
Quanto mais diziam "vai ficar tudo bem" mais eu me irritava.

Para piorar, a neve ficou bem mais intensa e as aulas foram suspensas por conta do inverno intenso. E não demorou para a notícia do desaparecimento do Leo se espalhar por toda a cidade.

Já se passaram quatro dias, e não tinham nem sinal da tal van.

Não posso fazer isso, não sou tão forte.

Preciso ocupar minha mente com qualquer outra coisa, assim não preciso me lembrar.

Ligo a televisão, e para minha surpresa, o desaparecimento dele estava repercutindo no jornal local.

Me levantei do sofá quase que instantaneamente e soltei um grito de raiva, que abafou o som do aquecedor da sala.
 
April veio como um raio até onde eu estava, e tentou me acalmar.

Nos sentamos no sofá enquanto ela me abraçava com força, acariciando meus cabelos assanhados.

-Meu sobrinho- Ela choraminga. Sinto que seu corpo estava tremendo um pouco.

- Desculpa- Eu falo, e começo a soluçar- A culpa é minha ,tia!- Eu falo, sentindo meus olhos marejados.

- Como assim a culpa é sua? Raphael, não fale isso!- Ela me abraça mais forte.

- Tia...Eu. ..Eu tô confuso- Acabo falando. Não posso esconder isso por muito tempo.

- Como assim? Raph...É normal se sentir assim. Mas eles vão achar o Leo!

- Não é isso- Eu desfaço o Abraço- Eu...Eu beijei ele- Falo, com lágrimas já escorrendo por meu rosto, e sentindo as minhas bochechas vermelhas.

Ela fica quieta por um instante, e então as lágrimas surgem em seus olhos e escorrem por suas bochechas salpicadas de sardas.

- Meu Deus!- Ela me abraça mais uma vez- Agora eu entendi por que você está tão preocupado!- Ela acariciou minhas costas, e eu não sabia como reagir.

- Eu sou estranho! Isso aconteceu do nada, eu não queria...

- Não!- Ela me olhou nos olhos e sorriu- Meu querido, você não é estranho. Você está apaixonado! Não tem nada de estranho nisso!- Fico em silêncio.

-Eu quero ele de volta- Sussurro.

- Nós vamos encontrá-lo- Ela dá um beijo na minha testa- Vai ficar tudo bem.
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April, melhor tia ♡♡

Roommates [RAPHANARDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora