LUANA

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ANA

— Pelas minhas contas... — Sussurei quando Vitória alcançou meu pescoço. Ela beijava e chupava, me desconcentrando outra vez. - Acho que tô te devendo alguns orgasmos.

— Acho que sim... — Vitória falou ainda arfando enquanto me beijava. Inverti nossas posições e segurei seus cabelos beijando seu pescoço também. Quando fui descendo ouvi meu celular tocar. Gemi contra sua pele em sinal de frustração, esperando que o barulho parasse, o que não aconteceu. Mas quem ligaria no meio da madrugada se não fosse realmente importante? — Não pode ser real. — Olhei o celular e vi que era Luana. — É bom que alguém esteja morrendo ou do contrário ela será a pessoa morta. Atendi o telefone frustrada e preocupada pelo horário, mas antes que eu pudesse dizer algo ouvi Luana soluçando do outro lado da linha. — Luana, tá tudo bem?

— Você pode vir pra minha casa agora? Por favor? — A última palavra dela saiu como uma súplica, senti meu coração apertar ao ouvi-la naquela situação, e não pensei duas vezes.

— Vi, desculpa, Luana tá precisando de mim.

— Tá tudo bem?

— Não sei ainda, vou saber mais quando chegar lá. — Falei já me levantando e deixando Vitória ali parada. — E eu não vou me esquecer da minha dívida, pretendo pagá-la com juros. — Falei mordendo seus lábios e ela gemeu contra os meus.

— Eu vou cobrar.

Olhei pra ela e nem podia acreditar que estava tudo bem entre nós de novo. Eu precisava dela, ela me completava.

Tomei um banho correndo e fui pra casa da minha irmã, subi direto e entrei sem nem ao menos bater, eu só precisava ver que ela estava bem, mas ao encontrá-la me deparei com a uma Luana de olhos inchados e molhados.

— O que aconteceu? — Falei indo até ela que se levantou e me abraçou sem falar nada. Ficamos alguns minutos em silêncio só ouvindo seu choro baixo. A afastei de mim e coloquei seus cabelos atrás da orelha, secando suas lágrimas em seguida.

— Em todo esse tempo, essas viagens nunca foram só trabalho pra ele, sis.

— Ei, calma. Explica do começo. — Falei me sentando no sofá e ela se sentou comigo.

— Ele tem outra. Em outra cidade.

— E como você sabe?

— Mensagens e ligações por um descuido. Ele foi tomar banho e deixou o celular em cima da cama do meu lado, começou tocar e apareceu a foto de uma mulher. Eu atendi e ela começou chamá-lo de uns apelidinhos bem merdas. Desliguei e fui olhar as mensagens... Desconfiava disso há um tempo, ele quase não chegava perto de mim nos últimos meses. — Os olhos dela já estavam marejados de novo. — Eu fui traída por sei lá quanto tempo. Como eu fui tão boba, sis?

— Você terminou com ele, certo? — Perguntei e ela assentiu. — Você quer ouvir todas aquelas coisas clichês de que ele não te merecia? — Ela negou com a cabeça.

— Eu não fui suficiente? O que eu fiz de errado? — Ouvir Luana falando esse tipo de coisa era totalmente surreal.

— Sis, o problema não está em você se quem fez isso foi ele. Quem perdeu não foi você. Uma hora ele vai se dar conta do quanto foi burro em ter procurado outra pessoa quando tudo que precisava tava em tu. Eu te amo mais que tudo na minha vida e não vou deixar você ficar assim por causa de homem nenhum! — Ela deu um meio sorriso e se aproximou sentando no meu colo de lado e me abraçando. — Eu sei que você o ama e essa dor vai ficar aí por um bom tempo, você mais que ninguém sabe disso, mas eu quero ver você superando e indo atrás de alguém que realmente te mereça. Ou não indo atrás de ninguém, porque você é suficiente. Acredita em mim.

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