QUASE

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ANA

A tão esperada segunda-feira chegou e eu acordei até com um humor melhor que todos os dias. Hoje o dia seria todinho meu e de Luna.

Nessa altura do campeonato, devo concordar com Luana, eu tava mesmo parecendo uma adolescente tendo a primeira paixão. As cenas do jantar se repetiam frequentemente na minha cabeça, algumas em particular, como o momento em que Luna acabou fazendo Vitória cair sobre minha cama e eu assisti aquilo querendo que se repetisse sempre, a hora em que ela me chamou de "tia Ana" pela primeira vez e, claro, o meu "quase selinho" com Vitória.

Eu sabia que era pouco pra ficar assim, mas tinha sido realmente impossível tirar isso da minha cabeça.

Acabei de me arrumar e saí de casa ansiosa pra vê-las de novo. Dessa vez, combinamos de nos encontrar na cafeteria do lado da empresa.

— Subo daqui meia hora com uma visita especial. — Falei passando por Luana que estava entrando no prédio.

— Eu vi quem está esperando por você. Vai que é tua, sis!

A ignorei e entrei na cafeteria e logo vi Luna sentada de um lado da mesa e Vitória de costas. A pequena sorriu assim que me viu, fazendo com que sua mãe virasse pra trás e sorrisse também. Esse sorriso me desmontava toda.

— Atrasei? — Perguntei me sentando ao lado de Luna e de frente pra Vi. Dei um beijo no topo da cabeça daquele mini leãozinho e recebi um abraço de lado em troca.

— Acabamos de chegar. — Vitória afirmou.

— Mamãe não sabe do que você gosta, por isso não pediu nada pra você.

— Não tem problema. Luna, você vem comigo? — Me levantei e estendi a mão pra ela que se levantou também e me deu a mão.

— Vocês vão me deixar sozinha? — Vitória fez biquinho e eu me segurei pra não agarrá-la aqui mesmo.

— Ela tá morrendo de ciúmes. — Luna falou pra mim. — A gente já volta.

Fui até o balcão pegar meu café e enquanto o atendente não trazia, aproveitei pra perguntar pra Luna se ela estava animada, coisa que eu nem precisava fazer porque estava estampado na carinha dela. É tão fácil deixar essa criança feliz.

Peguei meu café e nos juntamos a Vitória novamente.

— Eu tô com medo de deixar ela com você e perder minha filha de vez. Ela tá começando a gostar mais de você do que de mim.

— Se ela não aparecer em casa no horário combinado, não me responsabilizo pelos meus atos.

— Eu coloco o a polícia federal atrás de você. — Vitória falou séria.

— Seis horas ela estará em casa.

— Acho ótimo. — Ela acabou rindo. — É brincadeira. Eu confio em você.

— Muito obrigada! Então vamos, Luna? O trabalho nos espera.

— Vamos! — Ela sorriu sem se conter. Nos levantamos e Vitória nos acompanhou até a porta da empresa.

— Se comporte, mocinha. Até mais tarde. Eu te amo. — Vitória deu um beijo na testa dela e se levantou.

— Vou me comportar. Eu também te amo. — A pequena respondeu.

— Ana, qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, me liga.

— Pode deixar! — Me despedi dela e entrei no prédio com Luna. Quando chegamos no andar do escritório, Luana saiu da sua sala e veio encontrar com a gente.

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