VITÓRIA
Luna acordou extremamente animada depois de completar sete anos e decidiu demonstrar isso pulando em cima de mim e Ana na cama com o presente dela no colo. Ela soltou o filhote em cima de nós duas e Ana recebeu uma lambida no rosto a despertando. Luna gargalhou e pegou-o de volta.
— Bom dia, mães!
— Eu tô começando me arrepender de ter lhe dado Tiago. — Ela falou com a voz rouca e se sentou na cama com o cabelo todo bagunçado.
— Desculpa, mãe. — Luna falou ainda sorrindo. Ana voltou a se deitar ao meu lado e Luna desceu da cama com o gato.
— Vou colocar leite pra ele. — Ela disse saindo do quarto. Me virei pra Ninha passando meu braço por sua cintura e escondi meu rosto entre seu pescoço.
— Amor, eu preciso ir. — Ela falou se virando pra mim e me dando um beijo na testa.
— Não vai.
— Você também tem que ir trabalhar. — Ela me apertou mais em seus braços.
— Não precisava me lembrar disso.
— Tem pessoas precisando da sua ajuda.
— E eu só preciso ficar aqui com você.
— Quanta manha, Falcão. — Eu amo até a forma como meu sobrenome sai quando ela o pronuncia. Soa extremamente sexy.
Sorri e ela colocou meu cabelo para trás e puxou meu lábio inferior entre os dentes, soltando em seguida e iniciando um beijo. Minhas mãos foram parar em sua nuca e ela puxou meu corpo pra mais perto. Ana migrou os lábios pro meu pescoço, dando beijos demorados.
— Tu fazendo isso só me encoraja a ficar aqui. — Sussurrei.
— Num resisto a tu, desculpa. — Ela me deu um selinho demorado e se levantou da cama, arrumando o cabelo. Minha vontade era puxa-la de volta. — Te encontro depois. — Ela soltou um beijinho e saiu do quarto.
Fico completamente anestesiada com a beleza de Ana Clara, é coisa de outro mundo. Saí do quarto e vi que Luna estava sentada ao lado de Tiago esperando enquanto o filhote bebia leite.
— Você vai se atrasar. — Falei chamando sua atenção e ela me encarou.
— Eu não quero deixa-lo sozinho em casa, ele vai sentir nossa falta.
— Ele vai ficar bem, amor.
— Você tem certeza?
— Claro que tenho, dengo. Agora vai tomar seu banho.
— Tá bem. — Ela se levantou e entrou no banheiro em três passos. Fui para o meu banheiro fazer o mesmo depois de ficar alguns segundos parada olhando o gatinho. Saí do banho, me troquei e saindo do quarto dei de cara com Luna de uniforme e mochila nas costas com Tiago no colo.
— Mãe, ele vai ficar tão sozinho o dia todo.
— Amor, ele vai se acostumar com isso. O dia vai passar rápido e você vai voltar logo pra cuidar dele, tá? Eu prometo. Agora a gente precisa ir, ou Ana vai nos deixar tomar café sozinhas.
— Fica bem, Titi, eu volto logo. — Luna deu um beijo no filhote e o colocou sobre a caminha deixando a porta do seu quarto aberta.
— Você conferiu a água e a ração dele?
— Sim, eu disse à minha mãe que ia cuidar dele. — Essa mãe a quem ela se referiu não era eu.
Tive que quase arrastá-la para fora do prédio, de dez em dez segundos eu ouvia o quanto ela estava com dó e queria voltar para ficar com o gato. A quem será que ela tinha puxado?
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COLISÃO
Fiksi PenggemarAna Caetano, engenheira civil e uma das herdeiras da empresa da sua família, faz o mesmo caminho todos os dias pro trabalho, encontrando sempre as mesmas pessoas e alguns turistas admirados com São Paulo, sem mudanças tão notórias. O que ela não esp...